MP-GO recorre de decisão que colocou Bicudo no regime semiaberto

Homem perfurou os olhos da ex-mulher | 02.07.15 - 15:33 MP-GO recorre de decisão que colocou Bicudo no regime semiaberto

(Foto: divulgação)A Redação

Goiânia - O Ministério Público de Goiás recorreu da decisão do Tribunal de Justiça de Goiás que determinou a diminuição da pena imposta a Wilson Bicudo Rocha, condenado pelo júri popular por tentar assassinar a ex-companheira, Mara Rúbia. O crime ocorreu em 29 de agosto de 2013, quando o acusado invadiu a casa da vítima, a torturou e depois perfurou os olhos dela.

No julgamento pelo Tribunal do Júri, em março de 2014, Bicudo foi condenado a 12 anos de reclusão, pena a ser cumprida em regime inicialmente fechado. Contudo, em março deste ano, o TJGO reduziu a condenação a oito anos de prisão, o que resultou na alteração do regime de cumprimento da pena para o semiaberto, no qual ele sai para trabalhar, mas pernoita na cadeia.

Relator do voto vencedor, o desembargador Itaney Francisco Campos sustentou que houve rigor desnecessário do juiz presidente do júri na aplicação da pena-base e considerou favoráveis ao acusado circunstâncias como a culpabilidade, personalidade, conduta social e circunstâncias do crime.

Para o MP, o desembargador não fundamentou essa conclusão e por isso busca esclarecimentos sobre a ausência de análise de cada uma das circunstâncias judiciais. O órgão quer saber ainda o motivo pelo qual a premeditação do crime, o registro de antecedentes, a crueldade no modo de execução do crime, a impossibilidade de defesa da vítima e a anormalidade da gravidade da violência não foram levados em consideração no julgamento.

Mara Rúbia e Bicudo foram casados por seis anos e tiveram um filho. Eles se separaram há cerca de dois anos. No dia do crime, o criminoso amarrou a ex-mulher, a amordaçou e a enforcou com um fio de telefone. Em seguida, furou os olhos da vítima com uma faca e fugiu.

Após 21 dias foragido, o homem se entregou à Polícia Civil e confessou ter cometido o crime depois que a vítima se recusou a reatar o casamento. (Com informações do MP/GO)

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