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Entrevista

“Deixo a população responder”, diz Agenor sobre gestão de Paulo Garcia

Para ele, não há aproximação do PT com Marconi | 27.07.15 - 08:24 “Deixo a população responder”, diz Agenor sobre gestão de Paulo Garcia (Foto: Walter Peixoto)
 
Sarah Mohn
 
Goiânia – Prefeito de Goiânia em exercício por uma semana, até a última sexta-feira (24/7), Agenor Mariano (PMDB) preferiu não avaliar a gestão de Paulo Garcia (PT), em entrevista concedida ao jornal A Redação. Questionado sobre o tema, esquivou-se: “Deixo a população responder.”
 
O peemedebista recebeu a equipe do AR em seu gabinete, no último dia como líder do Paço Municipal, quando fez um balanço da curta gestão enquanto titular do Executivo, ressaltando que no período como prefeito da capital priorizou atendimento administrativo a 12 bairros da cidade. “Nós recolhemos 3,5 mil toneladas de entulhos que estavam em todos esses bairros”, declarou.
 
Agenor Mariano falou ainda sobre a relação entre seu partido e o PT e afirmou não acreditar em aproximação política entre Paulo Garcia e o governador Marconi Perillo (PSDB). “O prefeito Paulo Garcia é um homem muito polido e educado. Talvez a imprensa tenha confundido essa gentileza, mas sempre foi assim”, justificou.

Ele confirmou também que vai trabalhar para promover um "limpa" no PMDB goiano, em relação a correligionários que não atuam como opositores ao governo estadual. "Ninguém quer bruxa no partido, bruxa tem que ser caçada e exterminada. Prefiro eu sozinho nas minhas convicções do que com muita gente que não agrega em nada. É preciso separar o joio do trigo", argumentou.
 
 
(Foto: Walter Peixoto)
Veja a entrevista na íntegra:
 
Jornal A Redação: Prefeito, o senhor assumiu a prefeitura há cerca de uma semana,  como que foi? O que o  senhor encontrou na gestão, enquanto chefe do executivo?
Agenor Mariano: Em primeiro lugar, a gente tem que ter noção que trata-se de apenas cinco ou sete dias, um período muito curto pra qualquer tipo de diagnóstico de governo. Nessa semana tivemos a oportunidade de fazer uma frente de serviço em 12 bairros na cidade. Nós atendemos uma reivindicação antiga dos moradores do Parque das Laranjeiras que já havia sido inclusive autorizada pelo prefeito Paulo Garcia. Nós fizemos um recapeamento da Avenida Flamboyant. Estartamos a realização e construção da Avenida Barbosa Rodrigues. Nós também recolhemos 3,5 mil toneladas de entulhos que estavam em todos esses bairros que nós falamos.
 
AR: Esses 12 bairros estavam abandonados? Por que o senhor escolheu eles?
Eu estive com o prefeito  e foi escolhida essa região sudeste. Certamente quando o prefeito retornar ele tem seu cronograma e deve dar sequência nas demais regiões  da cidade.
 
AR: O senhor acredita que  a população de Goiânia sente falta dos mutirões, no perfil que eram feito na época do Iris Rezende?
A população de  Goiânia sempre vai querer qualidade nas realizações dos serviços, independente se é mutirão ou não. A prefeitura de Goiânia vivenciou um período de dificuldades financeiras, em função da própria crise que o país vive. As prefeituras de todo o país têm passado por crise.
 
AR: Como o senhor avalia a gestão da prefeitura?
Acredito que está no rumo certo. Está no processo, como eu disse antes, sofreu muito com a ausência econômica, financeira, mas o reajuste que estão sendo feitos, as reformas... Acredito que o prefeito está em um processo de ascensão de melhora nos seus índices de avaliação junto à comunidade.
 
AR: A reforma foi ideal?
Eu acho que nunca vai existir uma reforma ideal. Porque a reforma ideal seria aquela que agradaria a todos. Como ela não consegue agradar a todos, nunca teremos uma reforma ideal. Teremos sempre a reforma necessária e a possível de ser feita naquele momento em questão do debate.
 
AR: O senhor falou de crise, que todas as prefeituras têm passado por essa crise econômica.  A prefeitura de Goiânia já conseguiu sair da crise?
Olha,  pelo fato de eu ser o vice-prefeito não é de minhas atribuições analisar analiticamente os balancetes. Esse é o processo que ocorre ente o prefeito e seu secretário de Finanças. Então, o grau de recuperação de melhorias eu não sei te dizer. As crises maiores que já tivemos, como a do lixo, nós contornamos.
 
AR: A crise do lixo foi interrompida?
A prefeitura já adquiriu mais caminhões e houve reacordos com as empresas que forneciam equipamentos a títulos de aluguéis. É um processo que precisa ser melhorado, mas saímos daquela situação  em que o serviço era amplamente reprovado.
 
(Foto: Walter Peixoto)
 
AR: O senhor avalia que Paulo Garcia é um bom prefeito?
Eu sou suspeito para falar dele. Deixo a população responder.
 
AR: Houve alguma surpresa ao assumir a prefeitura?
Não, nenhuma surpresa. Eu tive a oportunidade de ser secretário de administração por quatro anos na gestão do prefeito Iris Rezende, de 2005 a 2008. Não me sinto um sabedor de tudo, mas me sinto um tanto quanto tranquilo com expertise de estar agora por uma semana na condição de prefeito sem estar eufórico, preocupado.
 
AR: Qual a sua agenda para esse fim de mandato como chefe do Executivo?
Estou presidindo, a pedido do prefeito, uma comissão de análise de um grande empreendimento para Goiânia, gerando novos empregos e renda para a cidade. Estamos fazendo estudos para atrair esse grupo empresarial para cá.
 
AR: O senhor tem alguma missão politica que o prefeito tenha pedido  no sentido de melhorar a relação com a Câmara e com o PMDB?
Não. Depois que viemos na condição de vice-prefeito não me foi dada nenhuma atribuição política por parte do prefeito. Não houve necessidade da nossa participação.
 
AR: O que mudou na prefeitura de Goiânia na gestão de Iris Rezende para cá?
O que mudou no segundo governo foi a crise econômica que o país viveu e colocou a prefeitura em dificuldades financeiras.
 
AR: O que o PMDB está fazendo pra se preparar para as eleições de 2016?
A agenda do PMDB é sempre a agenda do povo e isso dá um conforto para o partido. Nos acusam de vários impropérios, mas na verdade o PMDB não ter lançando candidatos à presidência da República foi o que garantiu a governabilidade desse país com estabilidade e sustentação.
 
AR: Em Goiás, o PMDB tem meta de fazer quantos vereadores e prefeitos?
Essa é a causa pétrea do partido, eleger o quanto mais. O PMDB está se preparando, se reformulando. É um processo de reagrupamento partidário. Nas últimas eleições elegemos mais prefeitos do que o próprio governo.
 
AR: Algumas pessoas do seu partido defendem um “limpa” na legenda em Goiás. Seria uma caça às bruxas?
Ninguém quer bruxa no partido, bruxa tem que ser caçada e exterminada. Prefiro eu sozinho nas minhas convicções do que com muita gente que não agrega em nada. É preciso separar o joio do trigo. Temos que ter disciplina, fidelidade e projeto.
 
AR: O senhor se sente preparado para pleitear uma candidatura a prefeito?
Eu procuro estar sempre preparado, não só para uma candidatura a prefeito. Um partido como o nosso tem muitas pessoas preparadas para disputar as eleições.  O maior deles é Iris Rezende, que tem muito vigor físico, mesmo com 82 anos, uma mente fantástica, com maior densidade eleitoral que todos esses que têm se mostrado candidatos.
 
AR: Como o senhor vê a aproximação do prefeito Paulo Garcia com o governador Marconi Perillo?
Não acredito em uma aproximação política, mas sim administrativa. O prefeito Paulo Garcia é um homem muito polido e educado. Talvez a imprensa tenha confundido essa gentileza, mas sempre foi assim.
 
AR: Essa aproximação chegou a gerar incômodo dentro do PMDB. Esse incômodo é legítimo?
Sim, é extremamente legítimo. Como eu estou manifestando a minha opinião, o José Nelto manifesta a dele. São manifestações individuais e pessoais. Na época da crise do lixo o governo se propôs a ajudar com a compra dos caminhões, mas o dinheiro prometido nunca chegou.
 
AR: O PMDB vai disputar as eleições ano que vem junto com o PT?
Isso é uma resposta que nem se eu soubesse eu diria, porque é uma estratégia que não deve ser revelada para o oponente. É tão precoce que não dá pra dizer.
 
AR: Quando o senhor acha que é o momento ideal para falar?
30 de junho (de 2016).
 
AR: O senhor percebe dentro do PMDB a predisposição de manter a aliança com o PT ou a de procurar outro caminho?
Nesse momento, existem vozes isoladas dentro do partido. Gente que acha que tem que  manter e gente que acha que não tem. São apenas especulações.
 
AR: O senhor acha que o PMDB vai ter que escolher em algum momento abrir mão de aliança com o PT?
Pode acontecer. Mas eu não acho impossível haver uma aliança onde todos os dois possam estar participando. O PT pode nem estar interessado em nossa aliança se tiver que abrir mão de uma cabeça de chapa. No momento a gente não pode expulsar partido.
 
AR: O senhor é a favor da manutenção da  aliança com o PT?
Eu sou a favor de que tenhamos mais partidos possíveis interessados em fazer oposição para disputar a eleição. O PMDB é o partido que tem mais vereadores na Câmara. Espero eu que as oposições estejam unidas a fim de ganhar as próximas eleições.
 
AR: O senhor está mais pra Eduardo Cunha ou mais pra Michel Temer?
Eu não estou para nenhum dos dois. O que eu sei é que, do ponto de vista do Legislativo, para mim o Eduardo Cunha tem sido o melhor presidente da Câmara dos Deputados desde da abertura democrática do país. Ele tem sido um presidente que atendeu o clamor do povo.
 
AR: O senhor acredita que a presidente Dilma Rousseff conseguirá terminar o mandato?
Eu acho que, ao menos que tenha qualquer situação que a coloque envolvida diretamente nos escândalos, ela termina o mandato, porque foi o povo que o deu para ela. Até o momento não tivemos nada que a envolvesse diretamente. Se não vira a casa da mãe Joana e vai ter todo dia alguém sentado naquela cadeira.

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