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Eleições na OAB-GO

“Paulo Teles demonstrou interesse em debater conosco”, afirma Leon Deniz

Advogado defende concurso público na Ordem | 30.07.15 - 15:01 “Paulo Teles demonstrou interesse em debater conosco”, afirma Leon Deniz (Foto: A Redação)
 
Sarah Mohn
 
Goiânia – Pré-candidato ao Conselho Federal pela chapa liderada pelo advogado Lúcio Flávio de Paiva, Leon Deniz afirmou em entrevista ao jornal A Redação que Paulo Teles, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Goiás e pré-candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), demonstrou interesse em dialogar com o grupo oposicionista buscando composição.
 
“Estamos procurando debater ainda, chamar, dialogar com o Paulo Teles. Ele tem um histórico vitorioso na advocacia, teve um excelente trabalho como desembargador, como presidente do tribunal e, agora, demonstrou interesse em debater uma política em prol da advocacia goiana. Em virtude desse seu credenciamento, a oposição o chamou para debater”, declarou ao AR.
 
Com a construção da chapa em ritmo acelerado, Leon Deniz citou à reportagem outros nomes que deverão constar na composição, como o de Thales Jayme (provável candidato à vice-presidência), Valentina Jungmann e Marcello Terto (devem figurar junto a Leon como titulares ao Conselho Federal), Manuela Gonçalves, Jacó Coelho, Marisvaldo Cortez, Nivaldo Santos e Rosângela Magalhães. “Nós estamos definindo ainda, mas essas pessoas vão estar em posição de destaque”, garantiu.
 
Candidato por três vezes à presidência da OAB-GO – em 2006, 2009 e 2012 –, sem alcançar vitória, o advogado justificou ao AR que o motivo pelo qual não irá disputar o pleito deste ano é o fato de não possuir “projeto pessoal” para administrar a instituição goiana. “O nosso projeto é um projeto de idealismo, não é um projeto pessoal, muito menos de grupo. O Lúcio Flávio se encaixou muito bem nesse perfil.”
 
Na entrevista, ele confirmou que não frequenta a sede da instituição goiana, justificando que a atual gestão “não humaniza o relacionamento com o advogado”, e defendeu a realização de concurso público para a entidade. “Hoje, não há impessoalidade e transparência na contratação. Tem que aplicar o artigo 37 da Constituição na OAB”, disse.
 
Leon Deniz opinou ainda que não concorda com filiação partidária por membros da diretoria da instituição e afirmou que já solicitou sua desfiliação do PMDB. “Se eu tivesse encabeçado (a chapa), eu iria me desfiliar. Eu entendo que, como membro do Conselho Federal, não é prudente a veiculação partidária. Eu já pedi minha desfiliação, estava apenas esperando terminar o julgamento do Friboi. Agora, do presidente nem se fala, a pessoa que representa a Ordem tem que ser neutra.”
 
(Foto: A Redação)
 
Confira a íntegra da entrevista:
 
Jornal A Redação: O senhor foi candidato à presidência da OAB-GO por três vezes (2006, 2009 e 2012). Por que dessa vez desistiu da candidatura?
Leon Deniz: Eu divergia da forma da administração, em especial da prestação de contas, da falta de transparência e de democracia nas discussões. O então presidente (Miguel Cançado) não aceitava críticas. Por isso me lancei candidato. Foi uma novidade na época, não sou de uma família tradicional na área jurídica. Mas tivemos um bom êxito nas urnas com 44% dos votos. Em 2009, deixamos de ganhar por 2% dos votos. No segundo semestre de 2012, eu procurei o Lúcio Flávio e nós fomos para as ruas. Eu disse pro Lúcio que, independente dos resultados das eleições, iríamos convergir em 2015 para este momento, com outras pessoas das chapas Atitude e Renovação. Sempre gostei de tomar frente a essa luta, porque sempre encarei como uma missão. Mas chegou o momento em que a gente tem que refletir.
 
AR: Então falou mais alto o projeto de grupo do que o seu pessoal?
O nosso projeto é um projeto de idealismo, não é um projeto pessoal, muito menos de grupo. O Lúcio Flávio se encaixou muito bem nesse perfil. Desde agosto do ano passado mantivemos coeso o movimento de mudança, renovação e transparência.
 
AR: O que precisa ser mudado na OAB?
A forma de administração. Eu comento que existe um núcleo de meia dúzia de pessoas que comanda a instituição há décadas. Eu cheguei a ser conselheiro por um ano, mas rompi. Existe dificuldade de acreditar no novo.
 
AR: O senhor se refere à crítica já dita por Lúcio Flávio de que “goianos gostam de oligarquias”?
Oligarquias. Como não tinha um histórico familiar na área jurídica nem na mesma classe social, havia dificuldade de acreditar no novo. Eu ouvi: “eu não vou votar naquele Leon Deniz, porque a OAB pode até não fazer, mas administra nosso patrimônio, administra a maior anuidade do Brasil”. Agora, não fomos nós que alertamos, foi o presidente interino Sebastião Macalé, que em poucos dias sentado na cadeira de presidente se deparou com o rombo nas contas da OAB. A mídia goiana pautou isso. Até eu, que julgava falta de transparência, não achava que o rombo era tão grande.
 
AR: Mas o senhor não acha estranho Sebastião Macalé, enquanto vice-presidente, ter tornado isso público só no fim da gestão?
A verdade é aquela história: reina, mas não governa. Quem comanda a parte administrativa, apesar de ser um sistema colegiado, é o presidente e o tesoureiro. Então o Enil, juntamente com o Henrique Tibúrcio, cuidou das contas da OAB por cinco anos. Quem sabia das contas eram eles.
 
AR: Como o senhor analisa a divisão na OAB Forte?
Essa divisão é fruto do pleito para criar lideranças. A chapa cresceu muito, para 96 pessoas. Então, fica muito difícil aderir ao projeto. Tivemos uma falsa promessa de um bom debate, de uma OAB participativa. Nem todo mundo conseguiu que seus pleitos fossem contemplados. Nem todas as subseções conseguiram que suas promessas fossem cumpridas. Falsas promessas no período eleitoral.
 
AR: A maioria dos advogados goianos está distante da realidade gerencial da OAB. O senhor acredita que a forma de administrar a instituição é levada em conta pela maior parte do eleitorado?
Tem uma parte da advocacia goiana que participa no pleito com o voto. Nós temos plena convicção disso, porque nós ganhamos por três vezes as eleições aqui em Goiânia. O pessoal da subseção reclama que os benefícios não chegam lá, mas é onde dá mais vitória, porque eles sentem pressionados. Política de pão e vinho. Gastam muito na realização de festas. Respondendo sua pergunta, a maioria desses advogados sempre votou na Renovação.
 
AR: Por que a dificuldade de vencer no interior?
O nosso slogan em 2006 era: “Respeitar o advogado é fortalecer a cidadania". É o mesmo slogan hoje do Conselho Federal. Quer dizer, nós sempre pensamos de forma séria, de forma equilibrada nos projetos de advocacia para Goiás.
 
AR: Qual vai ser o slogan desse ano?
Ainda estamos em fase de contratar pessoal do marketing, que está analisando para dar um novo perfil, uma nova coloração, porque é um novo candidato que está à frente. Eu vou estar junto com a coordenação, com os mesmos ideais e sonhos e com a mesma dedicação. Estou viajando pelas subseções. Nós vamos renovar dentro do movimento de renovação e o nosso candidato é o Lúcio Flávio. Eu estarei me viabilizando, trabalhando para ir ao Conselho Federal.
 
(Foto: A Redação)
 
AR: Quem mais vai compor a chapa?
Por enquanto estamos só com o compromisso com o Lúcio para presidente, mas temos Manuela Gonçalves, Valentina Jungmann. Nós estamos definindo ainda, essas pessoas vão estar em posição de destaque. Marcello Terto, Jacó Coelho, o Thales Jayme, Marisaldo Cortez, Nivaldo Santos, Rosângela Magalhães. Estamos procurando debater ainda, chamar, dialogar com o Paulo Telles.
 
AR: E como está essa conversa com o Paulo Teles?
Paulo Teles tem um histórico vitorioso na advocacia, teve um excelente trabalho como desembargador, como presidente do Tribunal (de Justiça de Goiás) e agora demonstrou interesse em debater uma política em prol da advocacia goiana. Em virtude desse seu credenciamento, a oposição o chamou para debater. Nós vamos chamar uma grande assembleia no início de agosto para poder coletar propostas, sugestões. Nossa carta proposta sempre estará em construção.
 
AR: O senhor falou muito em transparência, mas qual é a proposta concreta para garantir transparência na gestão da Ordem?
A forma de contratação dos serviços e do pessoal para a OAB. O mais importante que queremos reconstruir é a dignidade da advocacia em Goiás. Queremos que o advogado sinta respeitado. Essa sim é a nossa principal ênfase. Outra questão é fazer uma revisão da nossa anuidade, que é a mais cara. E nós estamos percebendo que o presidente da Casag está clamando que o dinheiro da OAB não está sendo repassado para a Casag.
 
AR: O senhor acredita que essa é uma briga política ou a OAB está em dificuldade financeira?
Falta de gestão. O dinheiro cai nos cofres da OAB e na hora de repassar não existe dinheiro, porque existem outros compromissos. Pode estar se agravando agora, mas essa é uma questão que vem se arrastando durante todas as gestões.
 
AR: Quais são outras bandeiras da sua chapa?
Nós temos que definir a política de inserção do jovem advogado, em início de carreira, no mercado de trabalho e na administração da OAB. Hoje, temos advogado com três anos de profissão que pode ser deputado, vereador até prefeito, mas só porque não tem os cinco anos não pode ser o conselheiro da OAB. Outra questão é a escolha do quinto constitucional. Em outros estados, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo existe eleição direta para o quinto constitucional. Aqui o nosso quinto constitucional acaba sendo quase uma barganha política. Antes de formar a lista nós já estamos sabendo quem vai ganhar.
 
AR: O senhor é filiado ao PMDB. É moralmente aceitável que membros ou futuros possíveis membros da diretoria da OAB tenham filiação partidária?
Antes, quando fui candidato a presidente, eu não tinha nenhuma vinculação política, partidária. Eu me filiei há um ano e meio, no fim de 2013. Eu me filiei a convite do Júnior Friboi e do Iris Rezende. Mas me filiei sem interesse em participar de qualquer pleito partidário. Se eu tivesse encabeçado (a chapa) eu iria me desfiliar. Eu entendo que, como membro do Conselho Federal, não é prudente a veiculação partidária. Eu já pedi minha desfiliação, estava apenas esperando terminar o julgamento do Friboi. Agora, do presidente nem se fala, a pessoa que representa a Ordem tem que ser neutra. A OAB tem que ser independente, tem que estar acima de tudo.
 
AR: O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, do mesmo partido que o senhor, disse recentemente que a OAB é um cartel e não tem credibilidade. O senhor concorda com seu correligionário?
É em virtude da forma de gestão da OAB. A OAB critica o município, mas quando o governo estadual erra, a OAB fica inerte. A OAB precisa ser vanguardista, ela não pode estar a reboque. Nós não podemos utilizar a OAB para trampolim político, trampolim de cargos públicos. Ela tem que estar voltada para os interesses da advocacia.
 
AR: O que o senhor pretende fazer no Conselho Federal?
Continuar defendendo os interesses da advocacia de Goiás, agora em nível federal.  Como nós cobramos uma democracia plena na questão partidária se a OAB não tem? Eu inclusive vou defender uma reforma política nas eleições internas da OAB. Eu sou contra a chapa fechada e vou levar essa proposta para o Conselho Federal.
 
AR: Apesar de ser de oposição, o senhor costuma frequentar a sede da OAB-GO?
Não. A sede só é frequentada por quem está administrando a OAB, por quem vai responder um processo ético-disciplinar ou para quem vai lá pagar contas. Porque ela não humaniza o seu relacionamento, e é isso que nós queremos fazer.
 
AR: O ex-presidente Miguel Cançado disse à imprensa que o projeto do seu grupo de criar a Procuradoria da Defesa das Prerrogativas é uma forma de terceirizar o trabalho da OAB. É isso mesmo?
Nós queremos efetivar, profissionalizar o trabalho. Não como diz esse ex-presidente que só sabe fazer críticas, mas não aceita críticas e só quer elogios. A Comissão de Direitos e Prerrogativas vai existir, subordinada ao Conselho, mas nós vamos contratar, através de concurso público, advogados bem remunerados e em tempo integral para poderem se deslocar de Goiânia até o interior respaldados pela OAB, com a logística da OAB.
 
AR: Seria o primeiro concurso público na OAB. Correto?
Seria. Não somos contra os profissionais que existem lá, até defendemos plano de cargos e salários para eles. O que nós queremos é profissionalizar a forma de contratação na OAB. Hoje, não há impessoalidade e transparência na contratação. Tem que aplicar o artigo 37 da Constituição na OAB.
 
AR: Ser presidente da OAB vai continuar sendo um sonho?
Pergunta interessante. Na verdade, quando me lancei candidato em 2006 eu queria mostrar que temos condições de debater uma democracia plural e participativa. Nunca foi um projeto de ordem pessoal. Eu represento as pessoas que querem mudanças, mas em 2012 eu já queria passar o bastão. Se não houvesse pessoas com o perfil ético e moral do Lúcio Flávio, eu não me furtaria à luta. A oposição amplia o processo democrático, porque se não tivesse oposição, jamais saberíamos que teríamos um rombo nas contas da OAB.

Comentários

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  • 31.07.2015 08:10 Osvaldo Peçanha

    Vendo esse boçal falar de concurso para a Ordem me dá até coceira. De TODAS as campanhas,incluindo essa que nem começou efetivamente , este irresponsável vive a prometer cargos pra diversos "companheiros" por aí. No dia que esse grupo capitaneado por esse derrotado tomar conta da OAB, está definitivamente acabada a instituição em todas as suas esferas. Perdedor nato e chorão, pois mesmo fazia parte da chapa que tanto persegue e sempre perde. Faça um favor colega, deixa a politica da Ordem para o bem da classe.

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