Para adicionar atalho: no Google Chrome, toque no ícone de três pontos, no canto superior direito da tela, e clique em "Adicionar à tela inicial". Finalize clicando em adicionar.
(Foto: reprodução/Estadão Conteúdo) Brasília - Começou na tarde desta terça-feira (25/8) a acareação entre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef na CPI da Petrobras. Os delatores da Operação Lava Jato estão sentados de frente um para o outro. No início da sessão, o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB) leu o comunicado informando sobre o habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), em favor de Youssef.
Na liminar, o ministro garante o direito ao silêncio do doleiro, autoriza seu advogado de intervir pessoalmente na acareação e libera Youssef de assinar o termo de compromisso de dizer a verdade aos parlamentares. Assim, só Costa assinou o termo se comprometendo a falar aos deputados. Pela primeira vez em algumas semanas, a sessão desta tarde está cheia.
Um dos primeiros a chegar foi o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), acusado por Youssef de ser "pau mandado" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Pansera foi um dos deputados que protestou na sessão desta tarde contra o silêncio de Youssef, alegando que se ele assinou o acordo de delação premiada, seria obrigado a depor.
Youssef e Costa já foram condenados pela Justiça Federal do Paraná. O ex-diretor da Petrobras cumpre pena domiciliar e é monitorado com uma tornozeleira eletrônica. Já Youssef segue em regime fechado.
Essa é a primeira acareação realizada pela CPI da Petrobras. A primeira tentativa de promover o confronto de versões foi inviabilizada após decisão do STF que liberou o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco de participar em julho da acareação com o ex-diretor de Serviços Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Desde então, a comissão focou seus trabalhos em oitivas de testemunhas e investigados acusados pela Operação Lava Jato de envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro.
Foram ouvidos doleiros, ex-funcionários do Banco do Brasil, representantes do Banco Central e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para explicar como funciona a fiscalização sobre doleiros e corretoras de câmbio. Com a baixa produtividade e depoimentos pouco relevantes, parlamentares que compunham a CPI migraram para outras comissões, como as recém-criadas CPI do BNDES e dos Fundos de Pensão.
As últimas sessões foram marcadas por plenários quase vazios e oitivas rápidas, já que poucos parlamentares se inscreviam para fazer perguntas aos depoentes. (Agência Estado)