A Redação
Goiânia - Assassino confeso do cartunista Glauco e do filho dele, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, foi condenado na quarta-feira (26/8) a 61 anos de prisão em regime fechado por ter cometido dois latrocínios em Goiânia no ano passado. Na decisão da juíza Bianca Melo Cintra, da 5ª Vara Criminal de Goiânia, também constam os crimes de receptação e porte de arma de fogo.
Os latrocínios foram cometidos contra o estudante Matheus Pinheiro de Morais e o agente penitenciário Marcos Vinícius Lemes d'Abadia. Cadu não terá direito de recorrer em liberdade. Além disso, a juíza indeferiu o pedido da defesa para que ele seja submetido a avaliação psiquiátrica e tratamento particular, uma vez que sua imputabilidade foi atestada.
A juíza levou em consideração, além dos depoimentos de testemunhas, o laudo do confronto balístico, que comprovou que a arma de fogo apreendida com Cadu foi a mesma utilizada nos crimes. Bianca Melo descartou a tese da defesa de que Cadu estaria em local diverso ao dos crimes, apoiada no rastreamento do celular. Segundo a juíza, o próprio Cadu admitiu em seu interrogatório que tinha diversas linhas de telefone celular.
A magistrada mencionou o sarcasmo e o egocentrismo de Cadu em seu interrogatório, além de sentimentos de raiva e descaso com o Poder Judiciário. “A despeito que a medida de segurança ao réu aplicada não possa ser levada em conta a torná-lo reincidente ou possuidor de maus antecedentes criminais, o fato de já ter ceifado a vida de dois seres humanos não obstante inimputável à época, indica sua repulsa ao bem maior alheio”, afirmou.
Cadu pegou 54 anos de prisão pelos dois latrocínios (27 cada), mais 2 anos e 6 meses pelo crime de receptação – ele foi preso dirigindo o carro que roubou de Mateus – e mais 5 anos por porte de arma, além de 630 dias-multa. “Unificando as penas impostas ao acusado, pela acumulação do concurso material, tenho que a pena totaliza 61 anos e 6 meses”.
Os crimes
Cadu tem um histórico de envolvimento com drogas e crimes. Acusado de matar o cartunista Glauco Vilas Boas e o filho dele, Raoni Vilas Boas, em 2010, o jovem Carlos Eduardo voltou a ser preso em 2014 após dois latrocínios cometidos em Goiânia.
Depois dos crimes praticados em 2010, Cadu foi diagnosticado com esquizofrenia e acabou internado. Em 2013, a Justiça de Goiás decidiu colocar Carlos Eduardo em liberdade, com o argumento de que o jovem estaria apto a viver em sociedade.
Em agosto do ano passado, Cadu matou o jovem Mateus Pinheiro, 21 anos, no Setor Bueno, em Goiânia. A vítima estava com a namorada dentro do carro, um Honda Civic branco, quando Cadu apareceu armado e anunciou o assalto. Mesmo sem reagir, Mateus foi baleado e morreu logo depois.
Também em agosto, Cadu matou Marcos Vinicius. A vítima conduzia uma VW Saveiro, na Rua T-28, também no Setor Bueno, quando recebeu voz de assalto. Ele foi baleado na cabeça e, após dias internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), também acabou morrendo. (Com TJ-GO)
(Foto: Aline Caetano/TJGO)
