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Objetivo é colocar impeachment em pauta | 12.10.15 - 09:54
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Brasília - Os líderes dos partidos de oposição ao governo na Câmara dos Deputados tentarão esta semana convencer o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a manter o cronograma acertado previamente com o grupo para colocar o impeachment em pauta entre amanhã e quarta-feira.
Embora ainda acreditem que ele pode acatar a petição feita pelos juristas Helio Bicudo e Miguel Reale Jr, considerada a peça mais consistente, a oposição já tem pronto um recurso para ser apresentado se Cunha indeferir o pedido. Regimentalmente, o presidente da Casa é obrigado a submeter o recurso a plenário. Para que ele seja aprovado basta maioria simples.
O bloco oposicionista, que dava suporte político a Cunha, defendeu anteontem (10) o afastamento dele da Presidência da Câmara dos Deputados, a partir da revelação de detalhes sobre contas que ele supostamente abriu e operou na Suíça. Os parlamentares dirão a Cunha que a divulgação de documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça ao Brasil que comprovam que um negócio de US$ 34,5 milhões fechado pela Petrobras em 2011, no Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas no país europeu que têm ele como beneficiários tornou insuportável a pressão por um gesto público de distanciamento.
Os tucanos irão argumentar que, uma vez licenciado, Cunha passaria a ser "um deputado como outro qualquer". Ou seja: passaria a estar em situação idêntica aos demais deputados que são alvo de inquéritos policias no STF e, mesmo que a Corte aceite a denúncia, o peemedebista estaria na mesma situação que outros parlamentares.
Em outra frente, os deputados de oposição já começam a discutir reservadamente opções de nomes para substituir Cunha na Presidência da Câmara O perfil ideal é o de um peemedebista afinado com a oposição, mas que tenha bom trânsito entre o alto e baixo clero. O nome mais lembrado é do deputado pernambucano Jarbas Vasconcelos. Apesar da predileção da oposição por Jarbas, Leonardo Picciani é o nome mais cotado no Planalto para substituir Cunha.
"Quanto mais tempo demorar (para Cunha deixar a Presidência), pior será. Quanto mais rápido vier a solução, melhor para o País. Se tivesse na presidência da Câmara um deputado sem nenhum problema maior seria mais fácil. A situação de Cunha é um elemento de turbulência no andamento do pedido de impeachment", diz o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. () (As informações são do jornal O Estado de S.Paulo) (Agência Estado)