Toloi, sem afobação, faz o "dever" antes da despedida

A Redação

Prata da casa, principal jogador do elenco esmeraldino e considerado com negociação praticamente certa para o futebol estrangeiro. Mesmo aos 20 anos, o zagueiro Rafael Toloi vê se aproximar, sem afobação, o fim de um ciclo de seis anos no Goiás.

Chegou na categoria de base aos 14 anos, atuou como lateral e volante, antes de encontrar-se definitivamente na posição de zagueiro. Interesses por seu futebol não faltam. Tanto clubes brasileiros quanto os italianos Internazionale e Juventus, manifestaram interesse pelo zagueiro, que tem multa rescisória de R$35 milhões.

Gerente de futebol do Goiás, Kleber Guerra também já se prepara uma recente perda do jogador. “Não vai ter como segurá-lo por muito tempo”, afirmou na semana passada. O clube até entrou em contato com outros jogadores para a função, como André Luis, que veio a Goiânia, pediu salário de R$ 100 mil e ouviu do clube que precisaria se adequar à “realidade financeira” do clube, para poder fechar contrato.

Enquanto a despedida não chega, Toloi segue tranqüilo, cumprindo o “seu dever”, como afirmou em entrevista à REDAÇÃO, e quer, antes de mais nada, tirar o clube da situação delicada em que se encontra, na 15ª colocação na Série B do Brasileirão, próxima à faixa do rebaixamento. Desde que vestiu a camisa esmeraldina pela primeira vez entre os profissionais, no Goianão de 2008, trata-se da pior crise passada pelo jogador, que já acredita numa mudança de clima com a chegada de reforços nesta semana.        

Depois de um começo conturbado na Série B, goleadas sofridas em casa, manifestações de torcedores e o time próximo ao rebaixamento, como a chegada do novo técnico e reforços refletiu no ambiente do clube?

Rafael Toloi: Desde a semana passada, o clima no Goiás está bem diferente. A semana foi muito boa. Melhorou em vários aspectos e isso é natural, sobretudo com nomes dos jogadores que tem chegado, como Iarley e Marcinho Guerreiro.  

Você, como um dos principais jogadores do elenco, estava sentindo-se sobrecarregado diante da responsabilidade nos momentos mais críticos? Você se atribui um papel de líder no elenco?

Rafael Toloi: Olha, não me vejo assim como um líder no elenco, tenho só 20 anos. Líder para mim é o Harlei (goleiro), jogadores assim. Me vejo como mais um jogador do elenco, que entra em campo tentando fazer o melhor, o meu dever.

Desde o ano passado uma série de especulações sobre sua venda para o futebol estrangeiro, sobretudo o italiano, surgem na imprensa e em mídias sociais. Como isso te afeta?

Rafael Toloi: Estou bem tranqüilo. Isso já não me afeta mais, não meche tanto com minha cabeça. Hoje a negociação não depende de mim e sim do Goiás. Quase não converso ou trato disso com meu empresário, mas a definição de fato virá quando o clube julgar o que será melhor para ele. Quando o momento chegar eu aceito.

Aceitaria deixar o Goiás em um momento delicado na Série B, como agora, ou esperaria mais um tempo, para tentar recuperá-lo na competição?

Rafael Toloi: Tenho um vínculo com o Goiás que não é só profissional. Cheguei com 14 anos e me formei aqui, até ser profissionalizado. Então minha saída ou não quem realmente vai ter que decidir é o Goiás. Se o clube julgar que chegou o momento certo de me vender, eu vou. Estou buscando ficar mais concentrado em cada jogo agora, em cada desafio.

Mas nos últimos dias, ao menos está estudando um pouco de italiano?

Rafael Toloi: (risos) Não, não, só o básico mesmo.