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Pablo Kossa
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Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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O maldito preconceito que habita meu ser

"Deus, perdoe o mal que habita em mim" | 14.07.11 - 18:01

Por motivos estritamente particulares, passei os últimos dias em uma pequena cidade no norte de Goiás, mais especificamente em Mara Rosa - a conhecida capital nacional do açafrão. Depois de um dia com montes de estresse, dia punk total e correrias que ninguém quer fazer (mas infelizmente todos ainda farão...), virei para meu cunhado quando o relógio já marcava quase seis da tarde e disse:

- Velho, tudo o que preciso agora é de um vinho.

- Duvido que você ache qualquer coisa decente por aqui.

- Eu também. Mas vamos ao supermercado dar uma olhada.

Saímos do hotel onde estávamos hospedados e fomos ao maior supermercado da cidade. De fato, não haviam bons rótulos por lá, mas já não era o desastre que eu havia previsto. Contudo, a surpresa veio em uma distribuidora de bebidas ao lado do supermercado onte estávamos. Encontramos ali bons vinhos argentinos e chilenos, além de alguns portugueses e franceses bem honestos. Tudo muito arrumadinho, tudo muito organizadinho. O preço dos vinhos? Mais convidativo que os que usualmente pago em Goiânia. Meu cunhado, que mora no Rio de Janeiro, achou absurdamente barato perante o que ele encontra na capital fluminense.

Saímos de lá com algumas garrafas e depois, enquanto bebíamos, refletimos sobre o quanto fomos preconceituosos ao pensar que não acharíamos nada em Mara Rosa. É aquele velho esnobismo da capital perante o interior, um pensamento mesquinho de que só você, o "cosmopolita" da cidade grande, tem acesso a determinados bens de consumo. Eu estava absurdamente enganado. Shame on me.

A verdade é que com a popularização da internet, o acesso a determinadas informações ficou mais democratizado. Então, a pessoa entra em sites específicos de um produto, se liga no que é bom daquele segmento e, por conseguinte, cria um mercado para esses produtos em seu municípo. Seja o município em questão uma megalópole ou uma cidadezinha de pouco mais de 10 mil habitantes do interior de Goiás, como é o caso de Mara Rosa. E para quem é morador da cidade em que ele não encontra o que quer consumir, sempre sobra a opção das compras virtuais com entrega a domicílio. Ou seja, tudo está na mão. Basta ter dinheiro na conta ou limite no cartão de crédito...

Depois de eu e meu cunhado passarmos essa vergonha por sermos tão preconceituosos, só me restou clamar tal qual o Camisa de Vênus: "Deus, perdoe o mal que habita em mim".


Comentários

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  • 19.07.2011 23:17 Flávia Cristina

    Quem nunca passou por isso atire a primeira pedra??!! rsrs!!

  • 15.07.2011 10:32 Fabricio Cavalcante @fabriciocava

    Muito sensato o relato. Mas não tente fazer o mesmo em Faina! Ainda precisamos conviver muito com o provincianismo. A idade média está por toda nossa volta, independe da internet.

  • 15.07.2011 00:50 kenia borges

    kkkk é o preconceito que nao vemos...dizemos q nao temos preconceitos mais ta ai a prova disso...q temos sim preconceitos porem em coisas simples e abituais que nem vemos que fomos preconceituosos com algo ou alguem.Por isso acho q essa questao do Preconceito em si deveria ser mais discutida e debatida...para evitar esse tipo de situaçao... Parabéns pelo texto abraços tudo de bom

  • 14.07.2011 21:53 Thays Quinta

    Gosto dos seus posts pois são sinceros. Quando "crescer" quero ser assim...

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