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Congresso da UNE

Estudantes defendem criação de comissão da verdade

Militantes pedem fim da impunidade | 15.07.11 - 15:59 Estudantes defendem criação de comissão da verdade Ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso (foto: Adalberto Ruchelle))

Atualizada às 20h

Nádia Junqueira

Tocar nas feridas causadas pela ditadura no Brasil.  Para os participantes do 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune) já está mais do que na hora de passar a história a limpo. Para isso, eles defendem a criação imediata da Comissão de Memória e da Verdade, em que os anistiados serão ouvidos e os arquivos da ditadura abertos.
 
Na abertura do Ato em Defesa da Memória e da Verdade, iniciado às 15h desta sexta-feira (15/7), na Praça Universitária, jovens e militantes dos direitos humanos gritavam palavras de ordem pela abertura dos arquivos da ditadura. Primeiro a discursar, o presidente da UNE, Augusto Chagas, classificou a impunidade como "a porta para que tudo aconteça de novo".
A exemplo do que aconteceu na África do Sul, com o fim do Apartheid, essa comissão ouviria todos os anistiados (torturados e torturadores). Punir ou não, é outra discussão.
 
Além de Chagas, o ato contou com a participação da ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, da deputada federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Manuela D’Ávila ( PCdoB/RS), do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e do presidente da comissão de Anistia, Paulo Abrão.
 
Reescrever a história
 
Em seu discurso, Manuela D'Ávila disse que é urgente a aprovação da comissão para que a história brasileira seja reescrita. "Essa comissão representa o encontro entre um povo e sua história. Chega de ouvir a história dos derrotados, ele venceram até 1984, não mais", polemizou a deputada se referindo aos agentes de ditadura.
 
Sobre a queima de arquivos de ditadura, a deputada gaúcha relativizou sua importância. "Quando falamos em comissão, falamos em pessoas que serão ouvidas e temos pressa, porque os que não foram mortos durante a ditadura, estão morrendo", discursou.
 
O discurso da ministra Maria do Rosário, uma das militantes que sobreviveram à ditadura, teve tons de emoção. "Esse é um momento histórico. Porque há alguns anos atrás jovens como vocês participavam desse congresso, lutavam por uma pátria justa e democrática. A diferença é que muitos deles não voltaram para casa depois", declarou.
 
O Presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, defende que ela seja composta também por jovens. "Para que se possa fazer uma conexão entre passado e futuro", disse.

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