A Redação
Goiânia – Dietas milagrosas podem trazer risco à saúde por conta da falta de comprovação de eficácia sem causar danos. Muito em voga atualmente, a dieta do jejum, que restringe alimentação por 16 ou até 24 horas.
Para a nutricionista clínica e esportiva, Maíra Azevedo, ainda não existem estudos conclusivos com os benefícios ou malefícios do jejum intermitente a longo prazo e por isso, algumas considerações importantes devem ser feitas.
Primeiro, vale alertar que fazer jejum não é uma estratégia simples e não se trata apenas de deixar de comer, por isso não deve ser feito por crianças, adolescentes, idosos, diabéticos (que usam medicamentos hipoglicemiantes) e gestantes. Para quem faz atividade física, não é aconselhado realizar exercícios pesados em jejum pelo risco de hipoglicemia, quando o açúcar no sangue diminui e pode causar desmaios. Outro fator é que algumas pessoas deixam de beber água, prejudicando as reações mais básicas do corpo.
Nutricionista Maíra Azevedo (Foto: divulgação)
“Não há ainda um consenso em relação ao jejum e também não existe nenhum estudo a longo prazo que mostra quais são os efeitos dele para a saúde. Acredito que não existe a necessidade de colocar o organismo para passar por um período de estresse tão grande, que é causado quando você fica sem se alimentar”, afirma Maíra. Alguns profissionais concordam que as dietas restritivas têm como consequência primária a perda de peso, mas ao voltar a comer, o paciente desenvolve o temido efeito sanfona, com problemas para a manutenção do peso. Outro problema é a dificuldade de continuar com uma alimentação com restrições.
Por fim, vale considerar que o jejum intermitente pode dar resultado na perda de peso rapidamente, mas ao final dela a pessoa volta a engordar muito rápido. “Na minha opinião, existem outas estratégias boas e comprovadas para proporcionar o resultado final que é buscado com o jejum. Mas o principal motivo é que quando a pessoa faz jejum ou faz uma dieta muito restrita, ela não aprende o mais importante, que é mudar de comportamento para conseguir a manutenção dos resultados obtidos e o mais importante: ter hábitos saudáveis. Então o objetivo é que a pessoa aprenda a comer e com o jejum ela não consegue isso”, finaliza Maíra.