Com mais de 120 mil mortes causadas pelo novo coronavírus, o Brasil ainda vive uma situação instável no controle da doença, com uma média diária de casos alta em todo o país. Do outro lado, serviços que foram fechados precisam ser retomados também por conta da sobrevivência. Uma balança dura em que a vida é colocada à prova e o trabalho dos profissionais de saúde é testado de todas as maneiras.
Uma das retomadas mais tensas é a do setor de turismo. Sim, a praia de Ipanema ficou lotada no último final de semana de agosto. Estamos vivendo um período de altas ondas de calor e que saudade de tomar um banho de mar! Ou então quem sabe ir até uma cachoeira? Pirenópolis, um dos destinos turísticos preferidos dos goianos e dos brasilienses, reabriu e o que aconteceu? Foram registradas as seis primeiras mortes da cidade em um curto espaço de tempo.
O avanço da doença seguiu a reabertura de suas fronteiras. A então pacata cidade reabriu para turistas e para a Covid-19, como em tantos outros destinos turísticos brasileiros. Então, é hora de viajar? Como manter os negócios abertos? O que podemos fazer neste momento marcado por incertezas e por uma perspectiva ainda distante de vacina?
Se a viagem se torna uma necessidade, seja por motivos de negócios ou porque a cabeça está entrando em parafuso, é preciso redobrar os cuidados. Uma das ações que pode garantir um bom resultado é o selo Turismo Responsável, lançado pelo Ministério do Turismo, que indica o cumprimento dos requisitos de higiene e de prevenção contra a Covid-19.
As medidas que são requisitos para o selo garantem a biossegurança do local, como distanciamento, limpeza e outras, e proteção para turistas e moradores. Outra preocupação é com o serviço de saúde das cidades visitadas. É preciso ter estrutura para atender pacientes, mesmo os que são de fora. Se não tem, compensa o risco de reabrir?
Por último, para viajar, o máximo de cuidado consigo e com o outro. Tem sintoma, desmarque, fique em casa. Não tem sintoma, use máscara, continue se cuidando e evitando aglomerações. Lembra aquela propaganda antiga que dizia pra gente não deixar o lixo como nossa marca na praia? Pois é, não vai deixar uma doença marcar sua visita!
*Pedro Ernesto Miranda é professor universitário e médico radiologista. Trabalha no enfrentamento da covid-19.