Mônica Parreira
Goiânia - Pela segunda vez na história, o México receberia uma edição da Copa do Mundo. Diferente de 1970, quando a seleção brasileira levantou a taça, a bola da vez em 1986 foi a forte Argentina de Diego Maradona.
A escolha da sede foi meio que ao acaso. Selecionada com antecedência, a Colômbia desistiu de receber o torneio porque não aceitou todas as exigências da Fifa. Outros países entraram na disputa, mas o México foi eleito por já ter estrutura para receber os jogos.
As seleções classificadas durante as eliminatórias sinalizavam grande espetáculo em 1986. Todos os campeões mundiais garantiram vaga. A ausência mais sentida ficou por conta da Holanda, conhecida pelo bom futebol apresentado na década de 1970. Pique, uma pimenta vestida com roupas tipicamente mexicanas, foi o mascote.
A Copa
Guiado por Diego Maradona, a Argentina parecia estar pronta para celebrar o título mundial. Com cinco vitórias e apenas um empate, a campanha feita pelos hermanos foi praticamente incontestável.
Diante da Coreia do Sul, os comandados de Carlos Bilardo fizeram bem sua estreia, vencendo por 3 a 1. Depois, passou pela Bulgária (2 a 0) e travou empate com a Itália (1 a 1). Nas outras fases, eliminou Uruguai, Inglaterra e Bélgica até decidir com a Alemanha o título.
(Foto: site Fifa)
Com Brown e Valdano, a Argentina chegou a abrir dois gols de vantagem, levando a torcida ao delírio. A Alemanha ainda teve poder de reação. Rummenigge e Völler fizeram os gols que colocaram os germânicos de volta à luta. Acontece que os hermanos tinham Maradona. Ele não marcou o gol, mas deu assistência para o companheiro Burruchaga balançar as redes: é campeão!
Seleção brasileira
Parece que já era tradição a mania do Brasil de fazer uma boa campanha na primeira fase. Em 1986 não foi diferente, e a seleção venceu os três jogos que teve (Espanha, Argélia e Irlanda do Norte).

Nas oitavas de final, a Polônia sentiu o peso da camisa verde e amarela e foi eliminada depois que Sócrates, Josimar, Edinho e Careca marcaram os gols do 4 a 0. Já pelas quartas, o time de Telê Santana empatou com a França por 1 a 1.
A decisão, que precisou ir para os pênaltis, fez o Brasil embora mais cedo para casa. Zico, Sócrates e Júlio César erraram as cobranças e o placar final ficou 4 a 3 a favor dos franceses.
Curiosidades
- Diego Maradona recebeu, do jornal L'Équipe, a alcunha de "metade anjo, metade demônio". A expressão foi consequência de um gol polêmico do argentino em duelo contra a Inglaterra, pelas quartas-de-final;
- Eliminada pela campeã na fase mata-mata, a Inglaterra teve um prêmio de consolo. Com seis gols, Gary Lineker foi o artilheiro da Copa.