Carolina Pessoni
Goiânia - Quando Goiânia tinha apenas 5 anos, um pequeno trabalho de pregação do Evangelho começou na jovem Capital. Antes de se instalar na região central da cidade, a Primeira Igreja Batista de Goiânia foi fundada na casa do missionário Daniel Crosland, com apenas 25 membros, no bairro Botafogo (hoje Setor Universitário).
Na década de 1940, com o fortalecimento da congregação e o aumento do número de membros, foi inaugurado o primeiro templo da igreja, agora já na Rua 16, no Centro de Goiânia, onde funciona até hoje. Os recursos foram levantados e o terreno foi comprado para a construção da igreja.
"Na época era tudo muito mato. Na realidade, havia o miolo da Praça Cívica, Avenida Goiás, o Grande Hotel, e essa parte onde hoje é a Assembleia Legislativa era um pântano", conta o pastor titular da igreja, Rubens da Costa Monteiro.
O primeiro templo foi inaugurado no ministério do pastor Walter Mac Nealy. A arquitetura desta obra seguiu a tendência das outras construções de Goiânia, com o estilo art déco.
Templo inicial da Primeira Igreja Batista de Goiânia (Foto: Arquivo PIB Goiânia)
"Uma curiosidade sobre esse templo, que a gente chama de 'Templo Antigo' é que havia uma escola nos fundos, mas ela não tinha outras entradas. O pastor Mac Nealy acreditava que para se chegar ao conhecimento humano precisava passar por Deus, ou seja, por dentro da igreja", diz o pastor Rubens.
A igreja cresceu e foi preciso ampliá-la. Além disso, o edifício não tinha uma estrutura muito resistente, por conta do tipo de obra e material utilizado na época da construção. Veio, então, a necessidade de se edificar um novo prédio, maior e mais moderno.
O templo possui uma arquitetura muito característica da década de 1980, com traços retos e geométricos, na cor concreto. Foram várias pequenas obras e inaugurações até se chegar ao formato da estrutura atual.
O edifício da igreja tem 12 colunas, sendo seis de cada lado, que remetem aos 12 apóstolos de Jesus Cristo ou às 12 tribos de Israel. O local tem 1.100 lugares, distribuídos em bancos de madeira de mogno. Já o batistério está localizado no centro do altar.
"A Igreja Batista não tem símbolo ou imagem em hipótese alguma, mas toda ela reflete o que nós cremos. A prioridade aqui é a congregação. Quando tivemos que atualizar o som, por exemplo, a nossa opção foi por um som suave, por todo o templo, para que a gente pudesse ouvir a congregação", explica o pastor titular.
Pastor titular da PIB Goiânia, Rubens da Costa Monteiro (Foto: Letícia Coqueiro)
Uma das áreas de destaque na igreja é a musical, que tem um coro e, entre outros instrumentos, conta com um piano de cauda. "Outro ponto característico que nós temos é o corredor central, que deixa nossa igreja com cara de igreja. É um detalhe que nos diferencia das novas igrejas, que são basicamente um galpão com um palco", pontua Rubens.
O templo é a parte principal e, a partir dele, outras partes da igreja foram desenvolvidas. Na área externa há uma sala dedicada apenas para oração e salas para trabalho com crianças, adolescentes e jovens.
"Nós temos também um trabalho de referência com surdos, o Ministério Dynamis. Temos cerca de 80 surdos que são membros da igreja e o trabalho realizado aqui é histórico. Podemos dizer que é referência para o Brasil há 37 anos", explica o pastor.
Para o pastor, a localização da Primeira Igreja Batista de Goiânia, que completou 83 anos em 2021, é crucial. "É um ponto de referência, mais do que uma referência de endereço do templo, mas uma referência de vida, para mostrar o que nós representamos. A igreja, no Centro, é como um farol que traz luz e direção, trazendo essa tranquilidade, paz e esperança que a gente tanto precisa. Nós fomos plantados praticamente junto com Goiânia e a ideia era que a gente crescesse junto com a cidade, e crescemos", finaliza.
A coluna Joias do Centro tem o apoio da Sim Engenharia
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