Pedro Peralta
São Paulo - Lugar de memória e preservação. Esses são os principais aspectos que o conceito de tombamento busca resguardar. Definido e realizado pelo Poder Público, a ação tem como objetivo preservar, por intermédio da aplicação de uma legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também afetivo para a população. Nesse cenário está o complexo do Jockey Club de São Paulo (JCSP).
O espaço, inaugurado em janeiro de 1941 em estilo Art déco, foi tombado em 2010 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) pela resolução SC 97/10. A iniciativa destacou como valores do bem cultural a inovação arquitetônica, o papel no processo de urbanização e a dimensão simbólica.
Em 2013, o tombamento do JCSP também foi estendido via ex-officio pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo da Prefeitura Municipal de São Paulo (Conpresp) por meio da resolução nº. 05/13.
O conjunto representa a memória da construção da maior cidade do país. Com os aspectos afinados com a monumentalidade exigida pela “Capital Bandeirante” pós-Revolução de 1932, definidos em sua inauguração, o local ainda possui o requinte e sofisticação demandados no pós-guerra do Estado Novo, que expressa a prática cultural e a história social de São Paulo.
Para preservar e perpetuar as memórias, o espaço está passando por um processo de restauro, realizado pela Organização Social Elysium Sociedade Cultural. Por conta do tombamento, a obra deve seguir técnicas e ferramentas específicas para a conservação das características originais do edifício.
Atualmente, o restauro está na fase de dar vida aos itens do mobiliário dos salões. Mesas, poltronas, cadeiras, lustres, luminárias, aparadores e outras peças, que estavam guardadas, estão sendo restauradas. A obra também já restaurou o pórtico e o passadiço da entrada principal do JCSP.