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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
(Foto: reprodução/Id Software)Após mergulhar 157 horas em Elden Ring, desde a sua conclusão me encontro em um dilema interminável no que se refere a vídeo jogos: nada está à altura. Depois de passar a maior parte de 2022 naquele que considerei o melhor do ano, todos os jogos que tenho testado parecem... sem graça.
Desde então, tenho passado o tempo experimentando uma coisa aqui e outra ali procurando aquele gancho. Quando ele finalmente veio, foi de um lugar improvável: Doom. Não Doom de 2016; não Doom Eternal, de 2018; nem Doom 3, de 2005, e sim, Doom, de 1993, o original. Surpreendentemente, o jogo possui um ótimo port para PS5.
O jogo que acabou atraindo minha atenção e reconquistando meu interesse após a ressaca de um título excepcional foi aquele que, em plena era de gráficos hiper-realistas em Full 4K e ray-tracing, roda até em uma calculadora.
Doom inaugurou uma nova era de jogos e vários campos: em 3D, em ação, em trilha sonora, em tema e muito mais. O jogo foi lançado originalmente em partes e divididas em vários e vários disquetes. Era de se esperar que um título assim ficasse conhecido por sua relevância, como Adventure ou Pong, mas que sumisse das plataformas ou não fosse mais jogado: pedaço da história; peça de museu.
Muito pelo contrário. Doom é simples, quase esquelético: você caminha; mira e atira e repete. Não há como pular. Não há um grande enredo a ser explorado. Apenas violência catártica pixelizada rudimentar. Esse ponto na verdade é tão engraçado quando jogar esta antiguidade de 30 anos em sistemas ultramodernos. A temível violência gráfica e temática satanista que gerou todo um pânico no século passado é cartunesca na melhor das hipóteses através de um olhar contemporâneo.
Sem práticas corporativas predatórias; sem um mundo aberto tão extenso quanto monótono a ser explorado; sem uma chata e desnecessária progressão de personagem e alocação de pontos. Doom oferece, 30 anos depois, o que oferecia em 1993 e que parece estar cada vez mais raro: pura diversão inalterada.