Para adicionar atalho: no Google Chrome, toque no ícone de três pontos, no canto superior direito da tela, e clique em "Adicionar à tela inicial". Finalize clicando em adicionar.
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351
Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
(Foto: divulgação)Estreou na Netflix o mais novo thriller do cineasta David Fincher, diretor por trás de Clube da Luta (1999), Seven (1995), Zodíaco (2007), Garota Exemplar (2014) e tantos outros. E, infelizmente, ao lado de todos esses gigantes, o novo filme se apequena. Estrelado pelo excelente Michael Fassbender e com participações de Tilda Swinton e da brasileira Sophie Charlotte, o filme é deliberadamente morno e lento – e acaba não sendo tão interessante assim, por contexto.
A trama acompanha um assassino de aluguel que, após errar o alvo, precisa lidar com a sua própria queima de arquivo, em um jogo de gato e rato para se livrar dos seus perseguidores. Não é uma trama nova e infelizmente já foi feita de forma melhor e mais eletrizante em outros longas.
Isso ocorre porque o diretor optou por uma abordagem que presa pela verossimilhança: o assassino não é um super-herói, muito menos seus opositores. São pessoas de meia-idade com acesso a armas de fogo e documentos falsos, basicamente. Somado a isso, a trama é bastante linear, quase uma lista de compras de pessoas que o personagem de Fassbender precisa tirar do caminho antes de se aposentar.
Há também uma infeliz situação de mulher em geladeira, em pleno 2023, com a personagem de Sophie Charlotte, que embora não morra, meio que só está lá para sofrer e servir de motivação para o personagem principal.
O resultado é o John Wick mais sem graça do mundo: a emoção trocada por uma praticidade deliberada. É um conceito interessante e muito bem-feito pelo diretor, mas não é porque o tom sem graça é de propósito que ele seja bom. É uma novidade, sem dúvida, mas também não é agradável. Novamente: talvez pudesse ter sido interessante se a mesma premissa não tivesse sido feita com excelência diversas vezes antes.