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José Abrão
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José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br

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‘Rebel Moon’ surpreende ao ser pior do que o esperado

| 04.01.24 - 09:18 ‘Rebel Moon’ surpreende ao ser pior do que o esperado (Foto: divulgação)A Netflix saiu na frente da concorrência e recheou o período de festas com estreias para seus assinantes aproveitarem o recesso e as férias. Só que nem tudo que chegou na telinha foi bom. O principal exemplo é Rebel Moon – Parte 1 – A Menina do Fogo, primeiro de dois filmes originais dirigidos e escritos por Zack Snyder. A premissa é mequetrefe: um Império Intergaláctico do Mal® chega para oprimir uma vilinha onde casualmente está escondida uma grande guerreira com um passado obscuro. Cabe a ela montar uma turma de heróis para resistir à ocupação.
 
Se te lembrou Star Wars, há um motivo: a parte mais interessante de Rebel Moon é que o filme originalmente era um projeto de Guerra nas Estrelas, escrito por Snyder, que foi rejeitado pela Disney. Doído, ele transformou os limões em limonada na Netflix. Que a limonada é rala e azeda, são outros 500. E sim, tem muito slow motion, por toda parte, o tempo todo, é bastante incômodo.

Apesar da sua base fervorosa e fanática de fãs, Zack Snyder segue sem fazer por onde. Rebel Moon é belíssimo e com uma direção de arte super bacana, mas que cheira a plágio: é uma colagem meio sem sentido que mistura, principalmente, a estética de Star Wars com Tropas Estelares e Warhammer 40,000. Se você não conhece nenhuma dessas três coisas, pode até parecer sagaz e original, mas se conhece, é só preguiçoso.
 


Mas não mais preguiçoso que o roteiro. Lançado em 15 de dezembro, acho que ainda dá tempo de fazer um limpa nas indicações do Framboesa de Ouro em 2024. O filme é ruim. Muito ruim. O que mais contribui para isso são os diálogos dolorosamente articulados e o enredo central absolutamente forçado. As coisas acontecem porque precisam acontecer, na marra.
 
Nenhum personagem possui razão e muito menos motivação para se juntar à revolta da protagonista Kora, interpretada pela sempre sem sal Sofia Boutella. Aliás, nem mesmo os vilões. Atticus Noble, o principal vilão, feito por um Ed Skrein no automático, é tão hiperbólico que faz todos os Sith de Star Wars parecerem tão complexos como um personagem de Game of Thrones.
 
É comicamente ruim. O que é uma pena: uma ópera espacial nova, forte, original, teria muito a adicionar ao cenário atual da cultura pop inchado e hiperestimulado por franquias e sequências intermináveis. Não foi dessa vez: Rebel Moon parece ter sido escrito e executado por um moleque de 13 anos que acabou de ouvir Metallica pela primeira vez. O filme oferece muito estilo, mas nada mais, conseguindo desperdiçar até mesmo uma ponta de Anthony Hopkins (!). A parte 2 estreia em abril, caso você queira sofrer mais.

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