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OBA é marco para o Vila Nova e para a história do futebol goiano

Estádio homenageia ex-dirigente do clube | 19.01.24 - 10:18
OBA é marco para o Vila Nova e para a história do futebol goiano Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - No coração do Setor Universitário, região central de Goiânia, está a casa de um dos clubes de futebol mais tradicionais da Capital, o Vila Nova. O Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, carinhosamente chamado de OBA, é não só o palco do Tigrão, como o time é conhecido, mas também parte da história do futebol goianiense.
 
Inicialmente projetado para ser o centro de treinamento do Vila, o local recebeu o nome do prefeito que doou o terreno para o clube nos anos 1960, Hélio Seixo de Brito. O estádio foi sendo construído aos poucos, e por etapas, e sua inauguração foi na década de 1970. 

O então Centro Esportivo Dr. Hélio Seixo de Brito contou primeiro com um campo e servia apenas como o centro de treinamento do time. "Aqui sempre foi a sede de treinamento, mas começou só com o alambrado e uma grama ruim. Não era um campo bom, tinha muitos buracos",  lembra o secretário-geral do time colorado, Antônio Divino Rosa, conhecido como Givanildo.
 

Dona Gercina Borges em solenidade de lançamento da construção do estádio (Foto: Acervo/Vila Nova)
 
O nome do estádio permaneceu homenageando o prefeito que doou a área até a conquista do tricampeonato goiano, em 1961, 1962 e 1963. Onésio Brasileiro Alvarenga foi o dirigente responsável por levar ao Vila grandes nomes que ajudaram a reerguer o clube e, como homenagem, passou a nomear a casa do colorado goianiense.
 
Givanildo conta que somente entre 1978 e 1979 foram concluídas as obras do vestiário, rouparia, enfermaria e refeitório. "O time só treinava aqui, não tinha jogo, a não ser do juvenil. Em 1976 fizemos uma campanha com os sócios para construir partes das arquibancadas laterais e do fundo do campo. No ano seguinte melhoramos e ampliamos as arquibancadas e em 1979 construímos as cabines de rádio", rememora.
 
Ele conta que, mesmo com as reformas, o estádio seguia sem receber jogos, que eram sempre realizados no Serra Dourada ou no Estádio Olímpico. Até mesmo alguns treinos do time eram realizados em campos emprestados, como o do Batalhão do Corpo de Bombeiros, no Centro de Goiânia.
 

Time de 1994 em jogo no OBA (Foto: Acervo/Vila Nova)
 
Ao longo dos anos foram feitas reformas para o espaço se adequar às necessidades dos regulamentos e normas para receber jogos. A última grande reforma foi em 2016, quando o estádio aumentou sua capacidade de 6.680 para 11.788 lugares, o que possibilitou a realização de partidas de grandes torneios, como a Série B do Campeonato Brasileiro. O gramado também tem a medida padronizada pela Fifa, de 105x68 metros.
 
"Hoje nós temos condições muito diferentes do início. Seguimos todas as normas de engenharia, segurança, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, CBF e até Fifa. Nossa grama é importada, a mesma utilizada nos estádios e arenas. Toda estrutura do time funciona aqui, apenas os treinos são realizados no Centro de Treinamentos, perto do aeroporto", explica Givanildo.
 
Membro do Conselho de Administração de Patrimônio, Leonardo Rizzo destaca o local onde o estádio foi erguido. "O OBA tem uma localização privilegiadíssima, pertinho da Avenida Anhanguera e do Terminal Praça da Bíblia", ressalta. 
 
 

OBA tem localização estratégica no Setor Universitário (Foto: Acervo/Vila Nova)
 
Rizzo diz que o estádio tem relevância não só para o Vila, mas para a Capital. "É parte da história do futebol de Goiânia e tem uma importância e uma simbologia muito importante para nós, vilanovenses. Com a sua construção, o OBA passou a ser não só a sede, mas a casa do Vila", enfatiza.
 
História de vida e de Vila
Mais que secretário-geral, Antônio Divino Rosa é considerado um patrimônio do Vila Nova, já que é funcionário do clube há 47 anos. Seu apelido, Givanildo, inclusive, foi criado no clube. "Passaram a me chamar assim porque eu usava o cabelo encaracolado e mais comprido, igual ao do jogador Givanildo Oliveira, na época. Hoje em dia já se tornou meu nome, ninguém aqui me chama por Antônio", conta, sem esconder a alegria. 
 
A história de Givanildo com o clube começou bem antes de se tornar funcionário do colorado. "Eu sou torcedor do Vila desde criança. Em 1967, o time ganhou o Torneio Otávio Lage contra o Corinthians, foi quando passei a torcer. Ouvia os jogos no rádio, porque morava na cidade de Itapuranga. Somente em 1969, quando fui estudar em Itaberaí, que fui conhecer o brasão e as cores do time ao ver fotos nos jornais e revistas já em cores", lembra.
 

Antônio Divino Rosa, o Givanildo, é funcionário do Vila há 47 anos (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Aos 22 anos Givanildo passou a trabalhar no time do coração, após saber da vaga por meio de um amigo que tinha um quadro sobre empregos em um programa de rádio. "Ele me falou: 'tem vaga lá no seu time'. Então vim, fiz a entrevista num dia e já comecei a trabalhar no outro. Isso foi no final de fevereiro de 1977, minha carteira foi assinada no dia 1º de março, e aqui estou até hoje."
 
O trabalho de Givanildo sempre foi no OBA, onde começou como secretário do departamento de promoções, mas já no ano seguinte passou a ser coordenador de Futebol Amador. De 1992 a 1999 atuou como supervisor do departamento profissional, sendo que a partir de 1995 acumulou a função de registros do clube. Em 2000 foi transferido para o cargo de secretário-geral, em que é responsável por toda a documentação dos jogadores, contratos, documentos burocráticos, além de apoio na logística dos jogos.
 
Givanildo coleciona lembranças de momentos que considera históricos do time. "Para mim, uma coisa importante é o tetracampeonato goiano nos anos de 1977, 1978, 1979 e 1980, assim como o acesso da Série C para a Série B do Brasileiro em 1996, quando fomos campeões invictos. Uma decepção foi a volta para a Série C em 2006, mas graças a Deus conseguimos o acesso e voltamos em 2007."
 

Para Givanildo, OBA faz parte da sua história de vida (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Ele diz que é uma satisfação "de funcionário e de torcedor", poder atuar no Tigrão. "É muito gratificante, porque faço uma coisa que eu gosto. Eu sonhava em ser jogador e, apesar de estar em outra função no clube, realizei parte do sonho de trabalhar com futebol."
 
Entre os jogadores, Givanildo trabalhou com ídolos do Vila como Tim, Roni, Wando, Túlio Maravilha e a mais recente contratação do time para a temporada 2024, Fernando Reges. "Acompanhei toda a carreira dele. Fui eu quem fiz o registro do Fernando quando ele chegou em Goiânia com 17 anos. É uma alegria vê-lo de volta e bem-sucedido", diz, orgulhoso.
 
Quem foi Onésio Brasileiro Alvarenga
Apesar de ser um nome comum para quem acompanha o futebol goiano, especialmente para os torcedores do Vila Nova, poucas pessoas sabem quem, de fato, foi Onésio Brasileiro Alvarenga. A homenagem à personalidade se deve ao fato de que ele foi um dos responsáveis pela profissionalização do time.
 

Onésio Brasileiro Alvarenga (na foto em destaque à esquerda) foi o responsável pela profissionalização do clube (Foto: Rodrigo Obeid/A Redaçã0)
 
Onésio chegou ao clube quando ainda nem se chamava Vila Nova, mas Araguaia Futebol Clube, time criado pelo Padre José Balestiere para integrar a população da recente capital. Goleiro, veio de Ituiutaba (Minas Gerais) nos anos 1950 para reforçar o grupo.
 
Não chegou a ser um grande destaque do time em campo, mas fora dos gramados sua atuação fez a diferença para o crescimento do Vila no futebol goiano. Foi Onésio o responsável para trazer por o clube nomes que colaboraram para o tricampeonato goiano nos anos de 1961, 1962 e 1963 e marcaram a história do tigre, como Tido, Donato, Pedrinho e Paulinho Benga. Onésio deixou sua marca e foi eternizado com o seu nome no estádio do Tigre. 

 

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