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José Abrão
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José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br

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‘Ferrari’ é um refresco no gênero de cinebiografias

| 06.03.24 - 10:10 ‘Ferrari’ é um refresco no gênero de cinebiografias Adam Driver vive Enzo Ferrari em longa de Michael Mann (Foto: divulgação)Existem cinebiografias demais. Só no ano passado foram facilmente mais de 10 no circuito hollywoodiano, como Maestro, Golda, Oppenheimer, Rustin, só puxando de cabeça algumas que, inclusive, encontraram seu caminho até o Oscar. E a qualidade dessas produções varia radicalmente, no geral caindo em armadilhas melodramáticas e de autocongratulação, tentando afanar premiações.
 
Ferrari é um pouco diferente disso por um fator principal: ter Michael Mann de volta à cadeira de diretor. Ainda assim, era arriscado, já que o diretor de O Último dos Moicanos, O Informante e Fogo contra Fogo passou por uma década infernal, lançando apenas a bomba Hackers, em 2015. De lá pra cá, ele se relegou ao papel de produtor em Ford vs. Ferrari e claramente se envolveu com o tema, levando ao longa agora estrelado por Adam Driver e Penélope Cruz.


 
O filme se destaca por não ser, de fato, uma cinebiografia, mas uma boa história com personagens que foram pessoas reais, fazendo um recorte específico de um momento crítico na história de Enzo Ferrari: ou ele vendia a marca para a Fiat ou ia à falência, mas para convencer seus colegas do negócio, precisava provar que os carros da Ferraria ainda venciam corridas. A graça toda do filme está no drama interpessoal dos personagens e em como seus sentimentos e destinos estão enredados com o futuro do automobilismo. Adam Driver, embora um pouco caricato, entrega um Enzo crível e muitas vezes charmosamente cômico.
 
A maior injustiçada do filme é Penélope Cruz, que dá vida de forma visceral à grande Laura Ferrari e foi ignorada pelo Oscar, sendo que, sem dúvida, poderia ganhar. Outro destaque no elenco é o brasileiro Gabriel Leone, que está excelente no papel do piloto Alfonso de Portago.
 
Enfim, em um cenário tão saturado de cinebiografias mambembes, Ferrari se coloca acima, priorizando história e personagens ao invés de um dramalhão barato.

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