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José Abrão
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José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br

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Minissérie ‘Bebê Rena’ é perturbadora e envolvente

| 01.05.24 - 09:16 Minissérie ‘Bebê Rena’ é perturbadora e envolvente Donny (Richard Gadd) e Martha (Jessica Gunning) (Foto: divulgação/Netflix)A minissérie mais assistida da Netflix nas últimas duas semanas é Bebê Rena, escrita, estrelada e produzida pelo comediante escocês Richard Gadd. A trama aborda de forma ficcional dois eventos reais e traumáticos na vida de Gadd: sua experiência com abuso sexual e a perseguição que sofreu de uma fã stalker.
 
Com apenas sete episódios, esta “dramédia” acompanha a deprimente vida do humorista Donny Dunn, que começa a ser perseguido por Martha, interpretada de forma magistral por Jessica Gunning. O que começa como algo inofensivo, rapidamente sai de controle e entra em uma espiral que se torna cada vez mais maluca e perigosa.
 
Mas o que torna a série mais chocante é a forma visceral com que ela aborda e esmiúça o histórico de abuso sexual do personagem, algo que pega os expectadores de surpresa e que é apresentado como um grande twist no meio da minissérie. Com o passar dos episódios, fica evidente que a história é muito mais sobre trauma do que sobre stalking.
 
A série é bastante envolvente e seus destaques são, sem dúvidas, os personagens, bem construídos e trabalhados ao longo dos sete episódios. Há muita coisa interessante sendo trabalhada por aqui, sempre na temática de relacionamentos e traumas. Se o foco narrativo permanecesse em trabalhar essas questões muito humanas de seus personagens, ela seria uma trama mais forte.

O maior problema, porém, está no roteiro. Seu desenvolvimento oscila entre muito bom e muito ruim, beirando a chantagem emocional. Além disso, com a necessidade constante de aprofundar a espiral de loucura e elevar o conflito dramático, os dois últimos episódios derrapam após a minissérie se colocar em becos sem saída.
 
O ruim disso é que o choque acaba parecendo choque por si só e o humor presente na série vai, aos poucos, se esvaindo, numa dissonância tonal significativa. Bebê Rena não é de forma alguma uma minissérie ruim, mas parece que seria muito melhor se tivesse menos episódios e tivesse passado mais tempo no forno.


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