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Elysium Sociedade Cultural lança livro sobre restauro do Jockey Club de SP

Publicação celebra os 150 anos do espaço | 29.05.25 - 17:40 Elysium Sociedade Cultural lança livro sobre restauro do Jockey Club de SP Capa do livro (Foto: Taíssa Queiroz)
A Redação

São Paulo - 
Um marco da arquitetura e da memória paulistana, e brasileira, ganha novas páginas de história com o lançamento do livro Jockey Club de São Paulo – técnica & arte, publicação da Elysium Sociedade Cultural que celebra as primeiras etapas do processo de restauração do complexo. A obra detalha os desafios técnicos e artísticos percorridos ao longo de cinco anos de trabalho e exibe um acervo iconográfico inédito, revelando a grandiosidade do maior conjunto arquitetônico Art Déco da América Latina.
 
Lançado como parte do programa editorial da Elysium, o livro cumpre duplo papel: “disseminar o conteúdo sobre o patrimônio histórico e registrar a memória da restauração”, afirma Wolney Unes, diretor técnico da instituição. A publicação coincide com datas simbólicas: os 150 anos do Jockey Club e o centenário da histórica Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris, em 1925, marco do surgimento oficial do estilo Art Déco.
 
A obra se estrutura em três partes. Os primeiros capítulos recuperam a história do antigo hipódromo da Cidade Jardim e apresentam parte do acervo artístico do Jockey. Em seguida, o leitor mergulha nos bastidores do canteiro de obras, acompanhando o trabalho de profissionais de múltiplas áreas, da marcenaria à engenharia, da fotografia à pesquisa histórica. Ao todo foram mais de 200 pessoas engajadas em  trabalhos como a recuperação de parte das pedras, madeira e metais presentes nos pisos, paredes, portas, janelas e forros das tribunas, além de parte do rico acervo mobiliário — cadeiras, mesas, aparadores, luminárias, entre  outras peças.
 
“O livro presta uma homenagem a todos que participaram desse processo: operários, estagiários, aprendizes e especialistas. Ele é, acima de tudo, um testemunho coletivo desse esforço”, pontua Wolney Unes. O diretor lembra que o conjunto está atrelado a diversos superlativos: além de ter a maior área ocupada por arquitetura Art Déco do planeta, possui  o mais arrojado balanço em concreto armado do mundo e o maior acervo artístico de Brecheret do Brasil.
 
Iconografia
A nova publicação da Elysium também apresenta imagens raras provenientes dos arquivos do próprio Jockey Club, como álbuns fotográficos originais da construção do hipódromo e desenhos do arquiteto Henri Sajous. Esse conjunto documental, até então restrito, é agora compartilhado com o público, ampliando o acesso à história e ao valor artístico do local.

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Responsável pelo projeto gráfico, a arquiteta Amanda Theodoro destaca que o livro foi uma grande pesquisa e demandou cuidado na elaboração da narrativa visual. “ A partir do olhar arquitetônico, consegui selecionar fotos e elementos gráficos de cada página com base no que o texto pedia”, explica. Ela também integrou a equipe técnica de restauro, contribuindo com o mapeamento de danos. “Sou apaixonada por Art Déco. Goiânia, minha cidade, tem um dos maiores acervos Art Déco do Brasil, então esse estilo está cem por cento presente no meu dia a dia”, afirma Amanda. Segundo a arquiteta, o livro valoriza o patrimônio ao evidenciar a beleza e a relevância da restauração, transformando o material em uma referência nacional sobre o tema.
 
Educação patrimonial
Uma das dimensões mais relevantes do projeto de restauração é o investimento contínuo em educação patrimonial. A arquiteta Ana Marta Ditolvo, docente e especialista em preservação do patrimônio histórico, atua em projetos dessa área no Jockey Club de São Paulo e observa que o livro cumpre papel formativo pois “não apenas documenta o trabalho realizado, criando uma memória permanente, mas também contribui para difundir e manter esses referenciais culturais vivos, articulando-se com outras ações que promovem o diálogo entre os órgãos de preservação e a sociedade”.
 
Segundo Ditolvo, caminhar na preservação da nossa história é também construir vínculos, relações de pertencimento e identidade para a cidade. “O patrimônio histórico não é algo distante, ele faz parte do nosso cotidiano, da nossa memória coletiva. Mesmo sendo um patrimônio privado, o Jockey é de interesse público, e isso precisa ser compreendido em sua totalidade”, ressalta.
 
Com atuação nacional, a Elysium Sociedade Cultural tem se consolidado, ao longo de 35 anos, como referência em ações de preservação, difusão e educação patrimonial. O trabalho desenvolvido no Jockey Club de São Paulo é exemplo da capacidade da instituição de unir tradição e inovação em prol da cultura brasileira. “Esperamos que a população se aproprie ainda mais dessa joia cultural e que os trabalhos de recuperação tenham continuidade, perpetuando ainda mais o legado do Jockey Club”, conclui Wolney Unes. 
 
Esta publicação faz parte do programa editorial da Elysium em comemoração aos 100 anos da Exposição Internacional de Artes Decorativas de Paris. O próximo volume tratará da arquitetura Art Déco no Brasil.  


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