Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 14º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Sobre o Colunista

Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

O Blog

Meu fígado odeia dezembro

Bebedeiras não dão folga ao coitado | 10.12.13 - 18:01
Reservo minhas férias em janeiro há uns dez anos. E entro em ritmo de férias já na segunda quinzena de dezembro, quando todo o Brasil pega o clima das festas de final de ano e é quase uma deselegância puxar qualquer papo mais sério com alguém. Eu adoro esse período do ano. Meu fígado odeia.

Normalmente, o que é bom para minha cabeça não é bom para meu corpo. Não tenho dúvidas que quando a folhinha aponta dia 15 de dezembro, meu fígado tenta se esconder de mim. Uma vez já o encontrei camuflado atrás do meu calcanhar. Esse malandro...

O problema é que ele não entende que os convites para as bebedeiras em dias despropositados e comilanças diárias são sedutores demais para um velho glutão como eu. Juro que tento manter a linha, pegar leve nos dias de semana e até sigo bem esse propósito em dez meses do ano. Nas férias de janeiro não dá; em dezembro o mundo não deixa.

Todo dia recebo um convite para uma confraternização de trabalho, um lançamento, um encontro dos velhos amigos, uma mensagem no Facebook... E todos têm aquela frase mágica que é tão difícil dizer não: “vamos tomar uma antes do final do ano?”. Para quem é chegado, negar não é mole.

Meu fígado deveria ter escolhido melhor seu dono lá atrás. Não é agora, 34 anos depois, que ele vai ter a ousadia de pedir divórcio. Ele quer me manter longe do álcool, das comidas indigestas, da alimentação nada detox. Bobinho. Ele está cansado de saber que minha carne é fraca e a do prato é de um sabor indescritível.

E cada chope que encaro, cada garrafa de vinho que compartilho, cada brinde que faço, cada prato farto que aceito vão para a barriga. E não estou falando do estômago, estou falando da pança mesmo, cada dia maior.

Tento me convencer de que não é tão grave. Penso comigo que não há problema algum. Basta pegar mais pesado na caminhada quando voltar a rotina em fevereiro. Do tanto que estou abusando, daqui a pouco vou ter que me mudar para Trindade só para peregrinar a Rodovia dos Romeiros de ponta a ponta caminhando todos os dias. Não há no mundo exercícios suficientes para compensar as calorias que eu alegremente boto para dentro nessa época.

E o problema é que meu hedonismo é muito mais forte que qualquer tentativa de convencimento por um final de ano mais saudável. Vamos deixar esse papo para depois das festas. Afinal, o ano foi de estresse, a vida é curta e dezembro passa rapidinho.

Deixe-me ir embora que hoje tem outra confraternização que não posso faltar.

É só eu falar tim-tim que meu fígado responde com uma pontada. Azar o dele se tem que encarar serviço extra no final do ano. Cada um que carregue sua cruz.

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
  • 11.12.2013 12:38 Retroagido

    Que cara louco esse Héder. Vai procurar o local onde isso foi dito e comentar por lá xarope. Vms manter o contexto. Enquanto isso fígado, se prepare, pq hj eu vou lhe usar!!!

  • 11.12.2013 12:14 Carmem Paiva

    Pablo! Adorei seu texto! Mais uma vez acertou em cheio! Também me sinto assim em relação às festas de fim de ano... não é fácil! Abraço!

  • 10.12.2013 20:28 Héder

    Dias atrás tu falou que o caso o Rio Grande do Sul fosse um país seria nada mais do que um Uruguai do Norte. Pois bem te digo seria ótimo afinal de contas junto com Chile são os únicos 2 países da America do Sul que são considerados de Muito alto desenvolvimento humano. Por outro lado temos a Brasil que diz ser a 7ª economia do mundo, mais ao mesmo tempo tem 12 milhões de pessoas que não tem o quer comer todos os dias, a terceira pior educação do mundo e no geral uma qualidade de vida patética ao seu povo Portanto é bem mais interessante ser um pequeno e qualificado Uruguai do que um grande na miséria.

  • 10.12.2013 19:43 Luciano Santos

    Ótimo texto Pablo. Meu fígado sente a mesma coisa quando escuta uma lata abrindo ou mesmo o barulho do gelo caindo no copo. Acho que deve pensar que nunca vai gozar as férias. Realmente a vida é cruel para certas "pessoas".

Sobre o Colunista

Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351