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Tamy Leopoldo, Yasmin Amaral e Jhon França compõem a Eskröta (Foto: divulgação)José Abrão
Goiânia – Após se apresentar no Centro Cultural Martim Cererê em setembro do ano passado, a banda de hardcore/thrash metal Eskröta retorna aos palcos goianienses neste domingo (1º/6), desta vez, no De Leon Music Pub, no Setor Sul. O retorno à capital faz parte da turnê de divulgação do novo álbum do trio, Blasfêmea, lançado em abril de 2025. Goiânia ficou privilegiada na agenda, recebendo o sétimo show da turnê que tem 37 datas até dezembro, incluindo uma passagem pela Europa.
“A gente gosta muito de estrada, né? Eu acho que a ideia de fazer um lançamento é realmente promover. Quando a gente pensou em lançar o álbum já no primeiro trimestre do ano, também já foi pensando na turnê que faria a promoção dele”, conta a vocalista e guitarrista Yasmin Amaral em entrevista exclusiva à reportagem do jornal A Redação. “Tocar ao vivo é realmente a nossa escola, sentindo o que a galera tá achando, é essencial, porque na internet você tem uma visão, mas tocar é completamente diferente de entregar ali a música só virtual”, completa.
A Eskröta foi formada por Tamy Leopoldo e Yasmin Amaral em 2017, na cidade de Rio Claro (SP). De lá pra cá, lançaram os álbuns Cenas Brutais (2020), Atenciosamente, Eskröta (2023) e agora Blasfêmea, além de diversos singles e EPs. Em 2024, a banda teve um ano cheio: tocou no palco Supernova no Rock in Rio, se apresentou no Knotfest no Allianz Parque e ainda fez uma breve turnê pelo Cone Sul, se apresentando no Uruguai, na Argentina e no Chile.
Agora, eles se preparam para embarcar pela primeira vez para a Europa, com 14 datas que passam por Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Irlanda e Sérvia. “Como é a primeira vez, a gente não sabe ainda o que esperar do público. Só conhecemos as opiniões de amigos que já foram, pessoas que a gente conhece, que já passaram por essa experiência, que falam que é muito positiva em todos os aspectos”, conta Yasmin. “Era um passo que a gente queria dar na nossa carreira, então foi algo que a gente procurou investir os nossos esforços. Estamos muito ansiosas. A gente sabe que vai ser legal, mas como vai ser de fato eu vou ter que te contar quando voltar”, adiciona.
Yasmin lembra que a banda tem algumas músicas em inglês que agora podem ser interessantes para essa aproximação com uma audiência internacional. “Tem uma música aqui e outra ali que foram feitas porque a gente achou que combinava. A gente não sabia se ou quando aconteceria uma turnê internacional, mas já tínhamos deixado algumas coisinhas preparadas”.
Banda no Rock in Rio (Foto: divulgação)
A Bruxa e novas parcerias
Entre as músicas inéditas do novo álbum, 'A Bruxa' se tornou um sucesso instantâneo, repercutindo bem nas plataformas de streaming e nas redes sociais. A música, que usa a alegoria da bruxa para abordar o empoderamento feminino, ganhou mais camadas ao ter o videoclipe gravado no Horto Florestal de Rio Claro, que possui sua própria lenda urbana relacionada: a Bruxa do Horto, uma mulher que supostamente viveu na floresta, vexada pela sociedade por lidar com plantas e poções, e cuja alma agora assombraria a mata.
“A gente gravou esses clipes antes do lançamento do álbum, então a gente não sabia se ‘A Bruxa’ ia ser uma música que as pessoas iam gostar ou não. Mas vejo agora que foi uma escolha acertada, porque é uma música bem diferente pra gente, longa, a gente sabe que a tendência da indústria hoje é comprimir cada vez mais as músicas para ficarem mais curtas e acessíveis”, diz Yasmin. “‘A Bruxa’ vai em outro caminho, ela conta uma história em que a gente se inspirou em situações que passamos todos os dias, tendo a bruxa como tema, e na hora de gravar o clipe achamos que seria perfeito se desse certo no Horto”, explica.
A vocalista conta que a floresta trouxe a atmosfera e o cenário ideal para a música: “foi a cereja do bolo”. A música traz ainda a batera de Cláudio Montevérdi, da banda paraibana Korvak. O disco traz outras participações especiais inesperadas, como a da MC Taya e a percussão do grupo pernambucano Cordel do Fogo Encantado.
“A gente já tinha tido contato com a MC Taya em outras oportunidades e sabíamos que era uma pessoa super legal. Achamos que seria mais interessante trazer alguém de outra vertente que não fosse ligada ao metal. Ela é um talento”, explica Yasmin. Sobre a participação do Cordel, ela conta que a banda já queria ter uma parceria com eles há bastante tempo. “Temos uma admiração muito grande pelos músicos e, nesse álbum, veio a oportunidade perfeita de fazer esse convite”, relata.
Mesmo com tudo isso acontecendo, a banda ainda permanece com os pés no chão. “Tem quem fale que somos uma banda grande. Acho que já é um pouco demais, sabe? Ainda temos muito espaço a alcançar também e quebrar barreiras que a gente ainda enfrenta, que bandas grandes já não passam mais, sabe? Acho que o Sepultura já passou do ponto de ser limitado por tocar metal: é o Sepultura e pronto”, pondera. “Então, esse passe livre que algumas bandas têm, a gente não tem, mas fico feliz de saber que há pessoas que nos consideram uma banda relevante”, finaliza.