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REPORTAGEM ESPECIAL

De pai para filhos: histórias sobre o amor que une futebol e famílias

Torcida pelo mesmo time alcança gerações | 13.08.23 - 10:00 De pai para filhos: histórias sobre o amor que une futebol e famílias (Fotos: Acervo Pessoal)

Victor Santos

Goiânia -
O futebol é uma paixão nacional. O esporte é capaz de reunir família, amigos e até mesmo desconhecidos através do sentimento pulsante em torno de um time. A emoção se torna ainda mais especial quando essa paixão vem de família, passada de geração em geração. É por isso que neste domingo (13/8), Dia dos Pais, o jornal A Redação traz histórias de filhos que começaram a torcer para uma equipe por influência dos pais. 
 
3 gerações de esmeraldinos
Luiz Antônio Barbosa é fanático pelo Goiás Esporte Clube. E o amor pela equipe é tanto que Luiz passou para a filha, Letícia Lourencetti. O sentimento pelo futebol e pela equipe goiana influenciou a jovem, que é estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás (UFG), a escolher o curso que a levará à profissão de jornalista. 

“Eu torço para o Goiás desde que me entendo por gente. Na minha infância inteira, desde que eu era bem pequena, sempre tivemos o hábito de nos reunir na casa do meu avô. Meu pai sentava no sofá para assistir aos jogos do Goiás, e eu sempre gostei também de me sentar e os acompanhar”, lembra Letícia com um sorriso no rosto. Ela comenta que tem uma memória “muito viva” dos jogos em que ela e o pai, Luiz, acompanhavam na casa dos avós.
 

Letícia Lourenceti, Luiz Barbosa, Lorena Lourencetti e o cachorro Thor antes de jogo do Goiás (Foto: Acervo Pessoal)
 
Luiz ainda ressalta que o sentimento de Letícia pelo Verdão foi algo que se desenvolveu naturalmente. “Nunca forcei nada. (A torcida de Letícia)”, garante Luiz.
 
O pai de Letícia também conta com orgulho a história da origem de sua torcida pelo Goiás. “Vem do meu pai. Desde muito jovem, quando eu tinha uns 5 ou 6 anos, que vou a campos de futebol. Conheço um pouco da história do Goiás por conta disso. Sou da época do Estádio Olímpico, mas depois passamos a ir ao Serra Dourada. Sempre acompanhando o meu pai", diz. 
 
Em meio a risos, Luiz Antônio Barbosa relembra de um momento marcante envolvendo a filha Letícia e o Goiás. “Foi recente , em um jogo contra o Palmeiras, onde infelizmente perdemos de 5 a 0. Eu estava na arquibancada assistindo ao jogo e ela estava no campo como repórter”, cita ao transbordar de orgulho. A cobertura jornalística feita por Letícia e citada pelo pai foi pelo projeto de extensão Doutores da Bola, da UFG.
 
 

Letícia e família posando ao lado de van do Goiás (Foto: Acervo Pessoal)
 
Letícia tem forte apoio do pai quando o assunto é a escolha da profissão. “Eu incentivo ela bastante com o jornalismo esportivo, pois é um segmento que dá muitas oportunidades para ela futuramente. Eu falo para a Letícia que daqui a 5 ou 10 anos ela pode estar cobrindo uma Olimpíada, uma Copa do Mundo”. 

A jovem é só gratidão ao pai pelo apoio que ele dá em relação à escolha que ela fez. Para ela, a influência que teve desde criança foi fundamental para a decisão. “Justamente pelo fato de ter essa memória familiar, de sentar e torcer juntos, depois assistir aos programas esportivos e conversar sobre os jogos com o meu pai, é que escolhi ser jornalista. Eu sempre gostei do jornalismo e o jornalismo chama minha atenção. Então talvez tenha influenciado sim (na escolha do curso)”. 
 
Letícia enfatiza que, além do amor pelo mesmo time do pai e do avô, a torcida pelo Goiás garante que ela fique mais próxima do pai e dos demais familiares. ”Geralmente as pessoas começam a torcer para um time por conta da memória afetiva. Porque não tem graça começar a torcer para um time que ninguém da sua casa torce, ninguém da sua casa acompanha e não tem aquela emoção de sentar junto e ter a memória dessa reunião familiar. Meu avô até liga para minha casa para conversar sobre o Goiás”, enfatiza ao reforçar o amor pelo clube. 
 

(Foto: Acervo Pessoal)
 
Os corações rubro-negros de pai e filhos
Edno Barbosa torce para o Atlético Goianiense desde criança. O eletrotécnico conta ao jornal A Redação que a família tem até mesmo participação na história administrativa do Dragão. "Ainda criança, meu pai tinha um chaveiro do Atlético, aquelas esferas de vidro com um dragão dentro. O Dragãozinho tinha uma camisa curta do Atlético que mostrava a barriga. Bem engraçada a imagem. Depois descobri que era o mascote do time e que meu pai torcia para esse time. Posteriormente, descobri que praticamente a família inteira do meu pai torcia para esse time também. E mais: descobri que um dos tios dele (Gilberto Alves) foi presidente do Atlético e, também, presidente da Federação Goiana de Futebol na década de 70”, lembra. 
 
O Amor pelo Dragão foi tanto que Edno chegou a tentar seguir carreira de jogador profissional no clube. “Quando eu era jovem, tinha 14 para 15 anos, vim para Goiânia estudar e, por recomendação do meu tio-avô, fui treinar nas categorias de base do Atlético. Após quase um ano, não me adaptei ao ambiente, porque achava tudo muito estranho, tratamento dos treinadores, atitudes dos colegas fora de campo... Foquei nos estudos e  abandonei os treinamentos. Mas virei torcedor assim como todos da família do meu pai”, explica.  

Apesar de todo esse sentimento pelo Atlético, Edno disse que a torcida de Pedro Leão, o filho mais velho, surgiu de uma forma inusitada: em meio a uma disputa entre o pai atleticano e a mãe esmeraldina. "Meu filho mais velho, hoje com 23 anos, sempre me acompanhava aos estádios. Sou um torcedor que gosta de assistir a um bom jogo, independentemente do time. Então ele ia mais em jogos do Goiás do que em jogos do Atlético, já que o Goiás quase sempre disputava a série A e trazia bons times para jogar no Serra Dourada. Apesar da mãe ser Goiás, o Atlético teve uma ascensão muito grande na época da infância dele, e ganhou vários títulos goianos. Como ele sabia que eu torcia pro Atlético, optou por torcer também. Mas nada forçado, até porque a mãe dava a camisa do Goiás e eu a do Atlético pra ele na infância”.
 
Edno e Pedro em jogo do Atlético-GO (Foto: Acervo Pessoal)
 
O outro atleticano da família é Lorenzo Leão, de 5 anos, filho mais novo de Edno. O pequeno ainda não teve a oportunidade de ir ao estádio acompanhar um jogo de futebol de perto, mas já está decidido em relação ao time que torce. “É uma satisfação ter os filhos torcendo para o mesmo time que eu torço. Não dá pra negar isso. O filho menor, inclusive, já aprendeu a curtir com os adversários quando o Dragão vence. Ele fala ‘o Dragão vai dar uma taca nesse timinho né, pai!?’”, brinca Edno, sorridente. 
 

Lorenzo Leão com camisa do Atlético (Foto: Acervo pessoal)
 
Pedro, o filho mais velho de Edno, também comenta sobre o sentimento compartilhado pelo Atlético. “ Lembro de ir aos jogos do Atlético com o meu pai quando era menor e sempre comia todos os lanches vendidos no estádio: refrigerante, churros, salgadinho. Ele ficava até brincando comigo dizendo que eu ia ao estádio só pra comer”, lembra Pedro ao citar episódios proporcionados pelo amor que ele e o pai têm pelo Dragão e pelo futebol. 
 
Ele ainda destacou um momento marcante do Atlético dentro de campo. “Um momento que me marcou muito foi o último jogo de acesso do Dragão para a série A, em 2016, contra o Bahia ou Avaí , não me recordo o time. Vencendo por 2 a 1 e a torcida inteira enlouquecida na arquibancada. O estádio estava lotado e é claro que eu estava compartilhando esse momento ao lado do meu pai, assim como em todos os momentos importantes do Atlético, meu pai estava sempre comigo”, afirma Pedro. 
 

(Foto: Acervo pessoal)

Colorados unidos
“Dizem que não nos tornamos vilanovenses, nascemos”. Foi com um sorriso no rosto que Laylla Leão Santos descreveu o sentimento de torcer para o Vila Nova Futebol Clube. O amor pelo Colorado veio através do pai, Gilvan Santos Ribeiro. “Não posso negar que por trás de tudo isso, existe um ‘culpado’, que é meu pai. Ele sempre foi meu maior incentivador, me levava ao estádio desde os meus quatro aninhos”, lembra Laylla sem esconder a empolgação.
 

O sentimento de pai e filha pelo Tigrão é reforçado através de vários diálogos em que o time é o assunto principal. “Meu fanatismo pelo Vila teve início em 2008. A partir daquele ano quem passou a manter meu pai informado em relação ao nosso time fui eu. Falar sobre adversário, tabela, posição e contratação se tornou ainda mais frequente após trabalhar na loja do Vila Nova, em 2022”, revela Laylla. 
 

Laylla e Gilvan abraçados com bandeira do Vila Nova (Foto: Acervo pessoal)
 
Laylla também se tornou uma torcedora ilustre do Vila Nova, pois já foi a musa da torcida do Colorado. “Vencer o concurso de musa foi um sonho realizado. Sempre quis representar o Vila de alguma forma, e em 2019 tive a honra de levar esse título. Representar a torcida feminina foi uma grande responsabilidade. Na época não foi fácil, porque perdi minha avó dois dias após ter ganhado o concurso, mas carrego uma lembrança de carinho, porque, apesar da premiação ter acontecido em um momento difícil, ela sempre torceu e me apoiou. Ela sabia como o Vila era e é muito importante para mim e para o meu pai”, comenta. 
 
Em um concurso que envolvia a filha e o time do coração, o pai de Laylla não escondeu o orgulho. “Meu pai me usava como o ‘troféu’. Minhas fotos de musa ficavam espalhadas pelo celular, e ele fazia questão de mostrar para as pessoas e apresentar a filha como a musa do Tigrão. Enchia a boca pra dizer que eu tinha ido para a final do concurso contra a musa do Goiás e que teríamos ganhado devido à força da nossa torcida”, relembra Laylla. 
 
Ela ainda destaca que sempre fez questão de aproximar o pai de todas as atividades que fazia em relação ao clube. “Eu sempre tive grandes oportunidades devido ao título de musa. Estar dentro do Vila me trouxe grandes oportunidades, uma delas foi o de conhecer relíquias do Tigrão e, claro, levei o meu pai comigo”.

O amor compartilhado por Laylla, Pedro e Letícia com seus respectivos pais pelos mesmos times do coração só cresce. Para eles, trata-se de um sentimento transformador, com poder de reforçar, inclusive, os laços dentro de casa. Feliz Dia dos Pais!

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