A Redação
Goiânia - Apesar de já ser uma grande metrópole, Goiânia guarda recantos de tranquilidade que remetem ao clima aprazível de cidades interioranas, onde os moradores mantêm uma cultura saudável de usar esses locais públicos para o lazer, práticas esportivas ou mesmo uma simples caminhada. Um exemplo é a Praça Santos Dumont, popularmente conhecida como Praça do Avião.
Localizado no Setor Aeroporto, um dos primeiros bairros da capital e que inclusive abrigou a primeira pista de pouso da cidade, o logradouro é referência quando se trata de um espaço público completo. Isso porque a praça reúne, ao longo de seus 20.602 metros quadrados, quadra poliesportiva, pista de skate, parque infantil, espaço cultural, pátio de ginástica, pista de cooper, sanitários, área de alimentação, posto policial e área para estacionamento, além de uma vasta rede de comércio em seu entorno como lanchonetes, padarias, farmácias, restaurantes, açougues, agências bancárias e lotéricas. “O comércio ali ajuda muito a população do bairro, da pra fazer tudo a pé, se quiser”, conta o administrador Leandro Barbosa da Silva, de 28 anos, que mora no bairro desde os 11 anos.
Passando toda sua juventude no bairro e boa parte da sua infância, o morador conta que desfrutou dos espaços públicos oferecidos pelo setor sempre que pôde. “Me sentia seguro, andava pela rua, praticava esportes na quadra, andava de patins e skate”, lembra. “Hoje não frequento tanto quanto antes, mas ela [a Praça do Avião] continua sempre movimentada, com crianças brincando”, completa Leandro.
Em 2003, a Praça Santos Dumont foi revitalizada pela Prefeitura Municipal. A iniciativa pública atendeu a um desejo antigo da população do bairro, que atualmente conta com mais de 14 mil moradores. Para Leandro, a revitalização foi uma obra positiva para os moradores, já que até o policiamento local melhorou, fazendo com que as famílias se sentissem ainda mais interesse em utilizar o espaço público.
Para a professora aposentada Ana Maria Cabral, que mora na cidade de Itaberaí, interior de Goiás, mas visita frequentemente a sobrinha que mora em um edifício localizado no Setor Aeroporto, frequentar a praça é um momento especial. “Sempre que posso venho aqui sentir o vento, meditar”, conta. “Que beleza seria se todas as praças fossem assim, há espaço para lazer, ginásticas, está acessível a todos”, completa a aposentada.
Mas o efeito positivo da revitalização não foi só para os moradores locais, quem trabalha na região usufrui desse tradicional espaço público. A auxiliar de cozinha Stefany da Silva, de 33 anos, funcionária de uma lanchonete em frente à Praça do Avião, diz que usa o local, sempre que pode, para descansar embaixo das sombras das árvores. “No meu intervalo eu venho aqui para descansar, conversar”, conta Stefany, que já morou no setor. “Quando morava pela região, toda tarde trazia minha filha para andar de bicicleta, encontrava as amigas que também traziam seus filhos. No fim de tarde aqui fica cheio, algumas pessoas fazem caminhada, fazem exercícios, tem gente na quadra, na pista de skate”, relembra.
Bem localizado
Além dessas vantagens, uma pesquisa encomendada pela Terral Incorporadora, Toctao Engenharia e Somos Desenvolvimento Imobiliário e realizada entre os moradores da cidade pela Core Intelligence detectou que 62% dos entrevistados consideram a facilidade de acesso a outras regiões um dos atributos positivos do setor. Essa característica recebeu nota máxima na avaliação. Leandro Barbosa concorda. “Aqui não temos tanto engarrafamento como em outras regiões da cidade. Há facilidade na locomoção”, conta o empresário.
O sonho de morar em um bairro com atmosfera agradável e estrategicamente localizado fez com que o funcionário público Eduardo Martins Ribeiro, de 37 anos, comprasse um imóvel no Setor Aeroporto. Ele contou que cresceu frequentando o bairro, onde os avós moravam e lembra que gostava de andar pelas ruas do bairro e brincar na praça do avião. “Conheço muito bem o bairro, gosto dessa facilidade de poder resolver as coisas a pé ou de bicicleta, aqui no Setor Aeroporto isso é possível”, declara.
Por isso o lançamento do New Way Aeroporto, empreendimento da Terral Incorporadora, Somos Desenvolvimento Imobiliário e Toctao Engenharia veio num momento oportuno para o funcionário público. “Eu queria morar aqui com minha esposa e meu filho, há três anos procurava por um imóvel na região que fosse mais moderno e que eu pudesse pagar, mas até esse lançamento, não havia encontrado nada”, revela.
Segundo ele, a qualidade do empreendimento foi decisiva para a compra do apartamento. “O que ele oferece em termos de infraestrutura, como salão de festas, de ginásticas, piscina, churrasqueira, além da planta do apartamento, foi o que me atraiu”, completa Eduardo.
De aeroporto a bairro
O primeiro fotojornalista de Goiânia, Hélio de Oliveira guarda um acervo fotográfico com mais de cem mil fotos, dentre as quais, boa parte registra o processo de urbanização da cidade. Com 89 anos de vida, o repórter que começou sua carreira por volta dos 25 anos, registrou pelas lentes de sua câmera o crescimento da Capital, desde os primeiros anos de sua fundação.
Em seu acervo, Hélio de Oliveira possui registro históricos impressionantes como o primeiro aeroporto da cidade, que na época não era mais do que uma pista de pouso simples. A cabeceira da pista era justamente o local onde hoje temos a Praça do Avião, talvez venha daí a origem do apelido.
“Quando começou-se a abrir as ruas da cidade, também construíram o aeroporto. A primeira pista começava perto do Lago das Rosas e ia até a ponta da República do Líbano, na Avenida Independência. Naquela época, os aeroportos maiores tinham duas pistas, uma cruzava com a outra. Depois a rotação mudou, e prevaleceu o formato em ‘X’.”, lembra Hélio.
A função de aeroporto da região prevaleceu de 1937 a 1959. Durante esse período, a cada viagem oficial acompanhando os governadores que passaram pelo Palácio das Esmeraldas, Hélio guardava algumas chapas para poder fotografar do alto as rápidas mudanças que a cidade vivenciava.
Após a transferência do aeroporto para outra região da cidade, devido a necessidade de aumentar as pistas para receber aviões maiores, o descampado se tornou praça e passou a ser ponto de encontro das famílias que chegaram ali. Mas, em homenagem às antigas memórias que marcaram o início da capital, o aeroporto se tornou o nome do novo bairro e a praça homenageou o brasileiro considerado pai da aviação, Santos Dumont.