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Larissa Lessa
A busca pelo carro novo terminou para a servidora pública Lorena Ribeiro dentro de uma concessionária de carros chineses de Goiânia. Atraída pelo preço competitivo, ela comprou há três meses o modelo J3 Turin da JAC. Mas a desconfiança da novidade somente foi vencida com uma extensa pesquisa. “Comparei preços e li muitas resenhas para me convencer de que estava fazendo uma boa compra”, diz.
O sedan escolhido por Lorena é um dos mais procurados na revenda JAC Motors na capital. Por R$ 39.900, o consumidor leva para casa o modelo equipado com ar-condicionado, freios ABS, trio elétrico e airbags. O preço fica tentador quando comparado aos praticados pelos concorrentes: o Volkswagen Voyage com os mesmos itens não sai por menos de R$ 44.690, enquanto o Fiat Siena completo é vendido a R$ 42.285.
Em atividade em Goiânia desde março deste ano, a JAC tem 2% de participação no mercado da capital. “O índice é excelente, considerando que há marcas que já estão há anos no mercado e ainda não têm esse porcentual”, afirma o diretor da revenda da JAC em Goiânia, Sidney Alves. Ele revela que são vendidos cerca de 140 carros por mês - de cada dez veículos importados emplacados na capital, dois são da JAC. Além dos modelos J3 e J3 Turin, a marca aposta as fichas no J6, uma minivan de sete lugares que acaba de chegar ao mercado por R$ 59.800.
Outra marca chinesa que tem caído no gosto do goiano é a Chery. O carro mais procurado é o QQ, compacto que sai completo da fábrica por R$ 23.990,00. De acordo com diretor da concessionária Chery Fàn Veículos, Sérgio Leão, a fila pelo modelo já alcança 183 carros em Goiânia, cerca de dois meses de espera para quem decide levar um desses para casa. O Mille Economy quatro portas, com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas não fica por menos de R$ 29.857 – e não oferece air bags e freios ABS nem como opcionais.
Garantia
Para vencer a desconfiança do consumidor, a ideia é investir na garantia: a Chery oferece três anos de garantia, enquanto na JAC são seis anos sem limite de quilometragem. Foi esse aspecto que chamou a atenção do médico Roberto César Di Conti, que acaba de comprar o JAC J3, carro procurado por metade dos clientes da revenda da JAC em Goiânia. “Há ainda muito preconceito, mas isso também aconteceu quando marcas como Honda e Hyundai chegaram ao Brasil”, afirma.
Com tantos incentivos, os números, mesmo que ainda tímidos, começam a refletir na movimentação do mercado. A Chery fechou o primeiro semestre com fatia de 0,5% do mercado no Brasil. Em Goiânia, a participação foi maior que a nacional, com 0,77%. Para o segundo semestre, a expectativa é vender média de 100 veículos por mês. A Chery lançará em breve mais dois modelos no mercado brasileiro e os nomes serão escolhidos em breve por meio de concurso.
Fábricas no país
O aquecimento do mercado se reflete também na instalação de fábricas das marcas chinesas no Brasil. Em julho, a Chery lançou a pedra fundamental de sua primeira fábrica no país, que deve começar a funcionar em 2013. A planta de Jacareí, no interior de São Paulo, será a primeira fora da China a não somente realizar a montagem de peças, mas também todos os processos de produção de veículos. Os investimentos, segundo a empresa, são de US$ 400 milhões, com produção estimada em 150 mil veículos por ano. “Com a fábrica do Brasil, acreditamos que a confiança do consumidor na marca será bem maior”, afirma Sérgio Leão.
Já a JAC anunciou no início desse mês que também trará uma fábrica para o Brasil. O investimento de US$ 600 milhões deve gerar capacidade de produção de 100 mil veículos por ano. A disputa para ser sede da montadora está entre os estados de Goiás e Bahia. “Com o início das atividades da fábrica em 2014, acreditamos que acabaremos com qualquer resquício de receio do consumidor com a marca. Melhor ainda se a fábrica vier para Goiás”, diz Sidney Alves.