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Economia

IPCA de julho tem maior deflação desde o início da série histórica, diz IBGE

Combustíveis e energia puxaram queda | 09.08.22 - 10:57 IPCA de julho tem maior deflação desde o início da série histórica, diz IBGE (FOTO: MARCELO CAMARGO/ABR)
São Paulo - A queda de 0,68% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho foi a deflação mais intensa da série histórica iniciada em janeiro de 1980, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês de julho de 2021, o IPCA havia sido de 0,96%. A taxa em 12 meses passou de 11,89% em junho para 10,07% em julho. O acumulado em 12 meses está no patamar de dois dígitos há 11 meses consecutivos.

A última vez que a inflação ficou tanto tempo em dois dígitos foi entre novembro de 2002 e novembro de 2003. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,5%, que tem teto de tolerância de 5%. Os gastos das famílias com transportes passaram de um avanço de 0,57% em junho para uma redução de 4,51% em julho, um impacto de -1,00 ponto porcentual sobre a taxa de -0,68% registrada pelo IPCA no último mês. A queda foi puxada pela redução de 14,15% no preço dos combustíveis.

A gasolina caiu 15,48%, o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem IPCA, com -1,04 ponto porcentual, enquanto o etanol recuou 11,38%, uma contribuição de -0,10 ponto porcentual. O preço do gás veicular diminuiu 5,67%, mas o óleo diesel subiu 4,59%. Ainda em Transportes, as passagens aéreas tiveram uma alta de 8,02%. O ônibus urbano subiu 0,18%, consequência de reajuste em Salvador (2,30%). Os veículos próprios aumentaram 0,65%, com altas de preços dos automóveis novos (0,11%) e das motocicletas (0,65%), enquanto os automóveis usados tiveram queda de 0,21%.

Alimentação e bebidas O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 0,80% em junho para uma elevação de 1,30% em julho, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,28 ponto porcentual para a taxa de -0,68% do IPCA do último mês. A alimentação no domicílio aumentou 1,47% em julho. A maior pressão partiu do leite longa vida (25,46%), cujos preços já haviam subido 10,72% no mês anterior. O item impactou a inflação em 0,22 ponto porcentual, maior contribuição positiva para o IPCA de julho.

Os preços de alguns derivados do leite também subiram, como o queijo (5,28%), manteiga (5,75%) e leite condensado (6,66%). Outro destaque foram as frutas, com alta de 4,40% e impacto de 0,04 ponto porcentual. Por outro lado, os maiores recuos de preços ocorreram no tomate (-23,68%), batata-inglesa (-16,62%) e cenoura (-15,34%), que contribuíram conjuntamente com -0,12 ponto porcentual.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,82% em julho, com altas no lanche (1,32%) e na refeição fora de casa (0,53%). Habitação As famílias brasileiras gastaram 1,05% a menos com habitação em julho, uma contribuição de -0,16 ponto porcentual para a taxa de -0,68% registrada pelo IPCA no mês.

A energia elétrica recuou 5,78%, com impacto de -0,24 ponto porcentual no índice de julho. "Após a sanção da Lei Complementar 194/22, vários Estados reduziram a alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica. Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou as Revisões Tarifárias Extraordinárias de 10 distribuidoras espalhadas pelo país, reduzindo as tarifas a partir de 13 de julho", justificou o IBGE, em nota.

A variação da conta de luz em julho foi desde uma queda de 17,00% em Vitória - onde o ICMS foi reduzido de 25% para 17% e houve retirada da incidência sobre os serviços de transmissão e distribuição - até um aumento de 0,37% em São Paulo, onde foi aplicado um reajuste de 10,43% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 4 de julho. Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,96%, devido a reajustes em Porto Alegre e Campo Grande. (Agência Estado)

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