Michelle Rabelo
Goiânia - No melhor dos sentidos, Goiás não é para amadores. Prova disso é o recorde histórico de atendimentos realizados pelo braço goiano do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) a mais de 130 mil pequenos negócios, responsáveis por sete em cada 10 empregos gerados no Estado em 2022. A instituição apresentou em entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira (8/12), o balanço do trabalho realizado nos últimos 11 meses e apontou como grande destaque o fato de que, mesmo com a diminuição do faturamento causado, num primeiro momento, pela pandemia de covid-19, as microempresas voltaram a crescer.
De acordo com o diretor-superintendente do órgão, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, a recuperação foi uma das forças que gerou, entre janeiro e setembro, os 102 mil novos postos de trabalho formal em Goiás. "Deste total, 72% foram criados por pequenos empresários. O que mostra a representatividade deles no desenvolvimento econômico do nosso Estado. Um outro desdobramento é o aumento do índice de confiança desses microempreendedores que, entre agosto e outubro, atingiu 100,2 pontos - a maior marca desde novembro de 2013", pontua.
Ainda segundo levantamento apresentado pelo Sebrae Goiás, no Centro-Oeste, a boa fase tem um gostinho especial para quem investe no ramo de serviços, com Índice de Confiança (IC) de 106,6 pontos, seguido pelos empresários do comércio (IC de 100,3 pontos) e da indústria (IC de 99,5 pontos). "Temos pela frente um cenário bastante otimista. Principalmente pela percepção de um engajamento vindo dos mais diversos setores da nossa economia", garante.
Na opinião do diretor-superintendente, toda essa confiança é resultado da expansão nos atendimentos do Sebrae Goiás em 2022 – um dos melhores desempenhos do Brasil. Ao todo, foram mais de 350 mil atendimentos (nos 246 municípios goianos). "Na prática isso significa que uma em cada quatro micro e pequenas empresas estabelecidas em Goiás são atendidas por um dos nossos consultores."
Em recuperação
Outro ponto bastante citado na coletiva de hoje foi a retomada dos pequenos negócios depois da pandemia, quando, em agosto de 2021, quase 90% dos empresários registraram queda no faturamento. Em uma conjuntura na qual quem não se reinventou acabou fechando as portas, os números do balanço são mais do que positivos: em agosto de 2022, apenas 28% dos microempreendimentos ainda estavam lidando com um impacto negativo no orçamento. Em Goiás, esse percentual é ainda menor: 25%.
"Avaliando o caixa destes negócios, é preciso evidenciar também a redução da inadimplência, que alcançou o menor patamar já registrado em toda série histórica. Para o Sebrae Goiás, esse bom momento é a validação do nosso trabalho. Um motivo para seguirmos otimistas e incansáveis na busca por soluções e caminhos que celebrem as micro e pequenas empresas", destaca Antônio Carlos.
As soluções seguem ainda muito necessárias, visto que para 42% dos pequenos empresários o aumento dos custos, como insumos, combustível e energia, ainda é um grande desafio. Além disto, para 24% deles, a falta de clientes também representa um entrave na melhoria do desempenho.