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Faeg apresentou balanço e expectativas | 16.12.22 - 11:54
O presidente da Faeg e deputado federal, José Mário Schreiner (Foto: José Abrão)José Abrão
Goiânia – A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) apresentou na manhã desta sexta-feira (16/12) em sua sede no Setor Sul, em Goiânia, o balanço do setor agropecuário goiano em 2022 e as expectativas para o próximo ano. Segundo a apresentação feita pela entidade, o clima para 2023 é de “apreensão e cautela”. Dificuldades climáticas, recessão e crise econômica nos países desenvolvidos; a guerra na Europa e incertezas políticas no Brasil devem continuar impactando o setor no ano que vem.
“O que podemos falar de 2022 é que: passamos. Chegamos ao final. Não há muito a se comemorar. Sobrevivemos em 2022”, diz o deputado federal e presidente da Faeg, José Mário Schreiner. “O setor agropecuário enfrentou problemas climáticos; tivemos o problema sério da guerra da Ucrânia que nos afetou substancialmente, aumentando o custo de produção ainda mais, comprimindo cada vez mais a renda do produtor rural”, enumera.
“O mundo precisa se alimentar, o mundo asiático está crescendo cada vez mais e o Brasil nesse cenário é protagonista. Mas enxergamos 2023 com muita cautela. Nós temos um novo governo que deve assumir em 1º de janeiro, mas que ainda não sinalizou quais serão as políticas para o setor. O ministro da Agricultura ainda não foi escolhido. Não há uma definição clara do que vai ser”, avalia Schreiner. “Hoje exportamos para 230 países, milhões de pessoas no mundo dependem do setor agropecuário brasileiro para sobreviver. Precisamos de direcionamento de políticas públicas do governo e isso ainda não está claro”, aponta.
(Foto: Fredox Carvalho)
Balanço
As exportações goianas superaram o patamar de US$ 10 bilhões em 2022, um crescimento de cerca de 42% em relação ao ano passado. A soja permanece sendo o principal produto exportado, angariando US$ 7,1 bilhões, cerca de 69% do total. A carne está em segundo lugar, com US$ 1,7 bilhão e 17% do bolo. O principal parceiro comercial goiano continua sendo a China, com aumento de 26% das exportações para o gigante asiático.
O ano também teve um crescimento recorde na produção da soja, com aumento de 21%, em torno de 17 milhões de toneladas. O milho, porém, sofreu, com queda de 29%, ficando em torno de 7,9 milhões de toneladas. Com isso, a produção de grãos em Goiás ficou na casa dos 28 milhões de toneladas, com uma queda de 1%.
Fundeinfra
Outro tema abordado foi a aprovação do Fundo de Infraestrutura do Estado (Fundeinfra), novo fundo proposto pelo Governo de Goiás que poderá taxar o agro em até 1,6% para angariar recursos para a expansão e manutenção da malha viária do Estado. Houve grande resistência por parte do setor na questão.
“É importante frisar que somos contra qualquer aumento de impostos, mas também entendemos as necessidades do governo. Isso tudo vai ser regulamentado por decreto. O importante nesse momento é estarmos atentos ao que vai ser regulamentado. Estamos falando de suposições”, pondera Schreiner. Por outro lado, “precisamos observar os benefícios que isso pode trazer para a sociedade e, principalmente, para o produtor rural, através de uma infraestrutura melhor. É um processo caro, dispendioso, um quilômetro de asfalto custa R$ 2 milhões e para escoar a produção precisamos de infraestrutura”, salienta.
(Foto: Fredox Carvalho)
Novo governo
Sobre a nova gestão federal, o deputado afirma que ele e o setor devem ir para a oposição e que ainda é cedo para falar sobre a relação com o governo petista. “A CNA preparou um documento global que foi entregue a todos os candidatos presidenciáveis. Todos eles sabem do nosso pensamento. Nós não participamos da transição porque temos uma posição fixa: somos aliados do atual presidente da República. Vamos dar tempo ao tempo, vamos ver a direção do governo, até para podermos nos posicionar de uma forma melhor”, diz.
Além disso, o deputado acredita que o agro será procurado pela própria gestão: “É um setor extremamente importante para toda a sociedade brasileira. Nenhum governo em sã consciência não daria atenção”. Sobre a transição, José Mário criticou o valor destinado na PEC da Transição para o agro, de R$ 1,5 bi. “Há muita preocupação. É extremamente importante manter recursos para o setor agropecuário, fortalecer a Embrapa, fortalecer o Incra e o seguro rural. Essas são as nossas causas. Apenas R$ 1,5 bi é muito pouco”, finaliza.