Ludymila Siqueira
Goiânia - O panorama empresarial vive uma transformação acelerada, marcada pela busca incessante por inovação e adaptabilidade às demandas do mercado. Nesse cenário dinâmico, empresas de diversos setores assumem a vanguarda, implementando ações com impacto positivo nas esferas social, ambiental e de gestão.
Nesse contexto promissor, os pequenos empreendedores, pilares da economia local, não se intimidam. Para eles, as oportunidades de impulsionar seus sonhos e fortalecer a sustentabilidade de seus negócios se multiplicam. Uma das chaves para o sucesso reside na adoção do modelo de "startup", caracterizado por empresas jovens e inovadoras, focadas na criação de soluções escaláveis para desafios específicos.
O termo "startup" se tornou onipresente no mundo dos negócios, figurando nos discursos de empreendedores ambiciosos e investidores perspicazes. Mas o que se esconde por trás dessa nomenclatura tão em voga? Apesar da frequente associação com o setor digital e tecnológico, startups podem surgir em diversos segmentos da economia, desde a saúde até a indústria alimentícia. Tem como características a inovação, a escalabilidade, a cultura empreendedora, a flexibilidade, a velocidade e também o financiamento externo.
Além disso, uma startup também costuma ter custos de operação que crescem, proporcionalmente, a uma taxa mais lenta do que sua receita à medida que a empresa ganha escala. Esse tipo de iniciativa está cada vez mais em evidência e seu reconhecimento aumenta a cada ano. Pensando nisso, o projeto Sebrae Startups visa transformar negócios nascentes em scale-ups, ou seja, apoia empresas inovadoras em todos os momentos, desafios e em qualquer localidade do Brasil. As ações do Sebrae têm foco em capacitação, captação de recursos, internacionalização e networking, além de projetos estaduais personalizados de acordo com os desafios de cada ecossistema. No total, já foram mais de 4 mil startups atendidas em todas as regiões do país.
Diretor superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto (Foto: Sebrae-GO)
Para o diretor superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, por serem modelos de negócios com uso intensivo de tecnologias e baseados em inovação, as startups têm grande potencial de diferenciação no mercado e demandam, em fases de crescimento, recursos significativos para investimento em pessoas e tecnologias, aumentando seus riscos de entrada no chamado “vale da morte”. "Sabendo disso, o Sebrae Goiás executa diversos programas, tanto próprios quanto com parceiros, que visam apoiar os empreendedores em todas as fases do desenvolvimento do negócio, como capacitação em metodologias, comumente chamadas de aceleração de startups, aproximação com investidores e parceiros, na realização de eventos de conexão entre empreendedores e o ecossistema de inovação ou mesmo fomento e subsídio a projetos de desenvolvimento tecnológico em parceria com universidades e centros de pesquisa", ressaltou em entrevista exclusiva à reportagem do jornal A Redação.
Desta maneira, o Sebrae minimiza as chances de mortalidade das startups, fortalecendo o ambiente de negócios de todo o país, uma vez que com a consolidação das plataformas de comunicação e informação, as relações de concorrência entre os empreendimentos tornam-se globais. "Incentivar a criação de startups e contribuir com seu crescimento tende a gerar territórios com uma base consistente de pequenos negócios competitivos e com atuação, mesmo que local, em cadeias globais de valor, que geram ganhos ao processo de desenvolvimento econômico", destacou.
"O chamado estoque de empresas sustentáveis é fundamental para a
oferta de empregos e oportunidades de negócios que fazem a economia girar.
É claro que este estoque depende diretamente da capacidade dos pequenos negócios de sobreviver e a sua sobrevivência está íntima
e diretamente ligada à sua capacidade de inovar".
(Diretor superintendente do Sebrae-Goiás, Antônio Carlos)
Startup exemplo
Uma das iniciativas do Sebrae Goiás para impulsionar o mercado é o chamado "Startup Day", com o objetivo de conectar ideias e empreendedores em Goiás. A 10ª edição do evento foi realizada em março deste ano, em Goiânia, Rio Verde e em Formosa. Além de conexões valiosas, também ofereceu insights inspiradores e oportunidades de networking em um ambiente repleto de energia empreendedora.
Os encontros em Goiás foram realizados em parceria com grandes nomes do empreendedorismo e da inovação do Estado. O evento reuniu cerca de 310 participantes, dentre eles, o Grupo Aliare. A companhia é especializada no desenvolvimento de tecnologias para o agronegócio e apresentou a trajetória de sucesso do Hub Conexa.
Hub Conexa (Foto: Aliare)
Em entrevista à reportagem do A Redação, o diretor de novos negócios da Aliare, Eduardo Bitu, destacou que O Hub Conexa foi fundado em 2019, em Goiânia, com o intuito é fomentar a inovação para o desenvolvimento de novos produtos e negócios, sejam para absorção dentro do próprio grupo ou para a criação de startups. "Durante a pandemia, tivemos um aumento significativo na procura por todas as soluções, mas principalmente pelas que digitalizam processos corriqueiros no agronegócio, como assinatura eletrônica, gestão digital de contratos e documentos. Alguns deles específicos do agro, como CPRs e emissão de receituário agronômico digital", disse.
Segundo Eduardo, que participou do processo de criação do Hub Conexa, a iniciativa lançou sete startups que oferecem soluções inovadoras para o agronegócio, que vão desde assinatura digital e gerenciamento de contratos (Assinei), a receituário agronômico (AgriQ) e EaD corporativa (Plantar). Um dos destaques é a MyFarm, cuja proposta é atender o pequeno e médio produtor, desmistificando a complexidade de implantação de uma solução completa de gestão.
Diretor de novos negócios da Aliare, Eduardo Bitu (Foto: Aliare)
"Também estamos atentos ao mercado e incorporamos novos negócios que podem complementar nosso portfólio, como a startup Wemov, de WMS (logística). Criando e acelerando negócios, abrimos oportunidades de trabalho, ajudamos a colocar o Centro-Oeste na rota da inovação do agro e otimizamos o dia a dia no campo", frisou. Todas as startups foram criadas em Goiânia, com exceção da Wemov, de solução de gerenciamento de armazéns, que foi fundada em Bauru, no interior de São Paulo.
Eduardo ressaltou ainda que, no agronegócio em geral, as soluções tecnológicas estão cada vez mais aliadas ao desenvolvimento sustentável, buscando a otimização de recursos, a diminuição de desperdícios e o uso consciente de insumos e do solo. "Acreditamos que uma gestão responsável e apoiada pela tecnologia pode apoiar o crescimento sustentável dos negócios no agro. Além disso, observamos o aumento de agtechs [startups do agronegócio] em todas as regiões do país, ou seja, uma pulverização do movimento de inovação, que antes era concentrado no Sudeste do Brasil".
"Esses modelos de negócio contribuem significativamente para o desenvolvimento econômico de diferentes regiões, por meio da geração de renda e emprego,
além da redução das desigualdades sociais".
(Diretor de novos negócios do Grupo Aliare, Eduardo Bitu)
Iniciativas Sebrae-GO
Pensando no fortalecimento e manuteção das startups em Goiás e em todo o Brasil, o Sebrae, parceiro fiel dos empreendedores, desenvolveu uma série de iniciativas para impulsionar a criação deste modelo de negócios, a exemplo do Prêmio Sebrae Startups – programa de pré-aceleração de startups; InovAtiva Brasil – programa de aceleração de startups; Sebraetec Negócios Inovadores – programa de consultoria tecnológica para startups; Capital Empreendedor – programa de captação de recursos para startups; Startup OutReach Brasil – programa de internacionalização de startups; parceria Sebrae Embrapii – programa para apoio a startups com projetos mais avançados; Catalisa – programa de inovação aberta do Sebrae, entre outras. (Clique aqui e conheça)
De acordo com a analista técnica e gestora de startups do Sebrae Goiás, Ivana Xavier, além das iniciativas citadas acima, o Sebrae tem um Polo de Referência em Startups, que apoia novos negócios de ponta a ponta. O objetivo é desenvolver um modelo de atuação sistêmica, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de soluções e negócios, desburocratizar políticas públicas, além de facilitar o acesso a investidores e fomentar a inovação e o empreendedorismo. O projeto é coordenado em Santa Catarina, em conjunto com o Sebrae Nacional e todos os Estados do país. Veja aqui.
Gestora de startups do Sebrae Goiás, Ivana Xavier (Foto: Arquivo pessoal)
"O ecossistema de startups tem experimentado um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionado por uma combinação de fatores, como crescente interesse em empreendedorismo; apoio governamental; universidades e centros de pesquisa; crescimento pelo interesse em inteligência artificial e etc. Os desafios ainda são muitos, o que nos leva, consequentemente, a muitas oportunidades", descreveu a gestora.
Ivana explica que o cadastro de empreendedores nas plataformas voltadas a startups do Sebrae é gratuito, assim como a participação na maioria das iniciativas, seja por meio da inscrição pela
Plataforma Sebrae Startups ou via
Vitrine do Sebrae Goiás.
Programas de apoio e eventos fortalecem o ecossistema,
tanto quanto histórias de sucesso inspiram empreendedores locais.
As startups em Goiás somam para o desenvolvimento regional e
criam soluções inovadoras para solução de desafios locais e globais.
(Gestora de Startups do Sebrae Goiás, Ivana Xavier)
(Foto: reprodução/Sebra-GO)
