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Ciência

UFG desenvolve procedimento de análise da qualidade do álcool gel 70%

Cerca de 40% das amostras estão inadequadas | 11.08.21 - 23:31 UFG desenvolve procedimento de análise da qualidade do álcool gel 70% (Foto: divulgação)A Redação
 
Goiânia – O Laboratório de Métodos de Extração e Separação da Universidade Federal de Goiás (Lames-UFG) desenvolveu um procedimento para atestar a qualidade do álcool gel 70%, largamente utilizado devido à pandemia de covid-19. Segundo o coordenador-geral do Lames, Nelson Roberto Antoniosi Filho, já existiam normas de controle de qualidade para se produzir álcool 70% em sua forma líquida, que é a mistura do etanol com água, mas ainda não havia nenhum procedimento de controle de qualidade para o álcool gel, que é o etanol misturado com água, seguido da adição do espessante.
 
A ideia surgiu em março de 2020 quando, com o surgimento da pandemia da covid, a equipe do Lames-UFG decidiu colaborar com os trabalhadores que atuavam na linha de frente no combate à doença. A proposta era preparar amostras de álcool gel para fornecer a hospitais públicos. O professor Nelson Antoniosi explicou que dois problemas se apresentaram para a execução da ideia: “primeiro, para se fazer álcool gel, é preciso adquirir um polímero que dá consistência de gel ao produto e isso estava em falta no mercado. E quando você encontrava o produto, o preço estava muito alto. O segundo entrave era que não havia procedimento de controle de qualidade para o produto acabado”.
 
“Assim, começamos e continuamos ainda a desenvolver polímeros nacionais em substituição aos importados para funcionar como o gelificante para o álcool gel. Nesse período, também concluímos o desenvolvimento e a validação de um procedimento (ensaio) de controle de qualidade para álcool gel 70%”, explicou Antoniosi.
 
Após o desenvolvimento do ensaio, a equipe do Lames coletou 70 amostras de álcool gel 70% vendidos em mercados de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. Dessas 70 amostras, 28 estavam com padrões de qualidade inadequados para uso, o que representa 40% do total coletado. “Segundo a OMS [Organização Mundial de Saúde], um álcool gel que tenha concentração de etanol na faixa de 60% a 80% está adequado para se fazer assepsia microbiológica, o que inclui o combate a vírus como o coronavírus. A Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], com base nessa faixa de 60% a 80%, estabeleceu que toda amostra comercial de álcool gel deveria ter concentração de etanol na faixa de 63% a 77%. A questão é que 40% das amostras estavam com conteúdo abaixo disso”, relatou Antoniosi.
 
A forma do produto disponível para venda é o álcool gel sanitizante de mãos e, com concentração de etanol abaixo de 63%, apresenta uma qualidade muito inferior ou até mesmo ineficaz no combate de alguns microrganismos. “Se 40% dos produtos vendidos estão com conteúdo inadequado de etanol, isso significa que boa parte do nosso mercado está fornecendo à população um produto que não tem eficácia adequada para o combate à covid”, destaca o coordenador do Lames-UFG.

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