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Presidente Danilo Ramos destaca o impacto | 07.01.22 - 17:50
(Foto: Reprodução via Web)
Théo Mariano
Goiânia - O cenário indicando possível monopólio do Ifood entre plataformas para entregas de restaurantes em Goiânia é vista com preocupação pelo presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Goiás (Abrasel-GO), Danilo Ramos. Em entrevista exclusiva ao jornal A Redação nesta sexta-feira (7/1), o representante do segmento relata que os donos de restaurantes ficaram temerosos após o anúncio do encerramento das atividades da Uber Eats no País - a empresa sairá do Brasil no dia 7 de março, conforme foi anunciado pelo grupo na quinta-feira (6/1). "Isso vai dar um poder de barganha muito grande para o Ifood estabelecer acordos ainda mais desvantajosos com os empreendimentos", explica.
De acordo com Danilo Ramos, os cupons dados pelo Ifood aos consumidores acabam prejudicando principalmente os restaurantes, pois os benefícios dados ao consumidor final são cobrados dos estabelecimentos pela plataforma. Além disso, uma das principais preocupações citadas pelo representante do segmento é relacionada aos contratos de exclusividade entre o Ifood e alguns restaurantes. "A exclusividade afeta diretamente na concorrência entre aplicativos de delivery, porque faz com que você diminua a possibilidade de, por exemplo, uma plataforma nova ter bons estabelecimentos vendendo ali", diz.
Em março do ano passado, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) restringiu o Ifood de realizar contratos de exclusividade com estabelecimentos. A decisão foi tomada após diversos pedidos, oriundos de entidades como a Abrasel e empresas competidoras, como a própria Uber Eats e a Rappi. "Ainda assim, com a ausência de uma forte concorrência, o Ifood pode ganhar mais força até mesmo para estabelecer tais contratos exclusivos", acrescenta Ramos, que também é proprietário de um empreendimento do ramo em Goiânia, o Piry Bar e Restaurante.
Para ampliar o leque de possibilidades dos restaurantes, a Abrasel desenvolve um projeto chamado "Open Delivery". O programa, segundo Danilo, funcionará como um código aberto para que os empreendimentos possam utilizar como forma de agregar os pedidos feitos por meio de todos aplicativos, como Rappi, Ifood e outros, em um único lugar. Questionado sobre a possibilidade da Associação criar o um app próprio de delivery, o presidente da seccional goiana cita que uma iniciativa foi desenvolvida no passado, a Abrafood, mas não obteve muito sucesso devido à forte concorrência no mercado.
"O Open Delivery vai possibilitar a organização do mercado de uma forma mais facilitada e tem a participação de diversas empresas, como Magazine Luiza, Google, Americanas, Ambev, do banco Itaú e outras. Todas essas empresas têm interesse de entrar nesse mercado, e o Open Delivery vai proporcionar que os restaurantes entendam melhor suas estratégias de mercado utilizadas no aplicativo", afirma Danilo Ramos. Agora, como reforça, o momento é de se reorganizar e preparar-se para o baque que representa a queda da Uber Eats. "Seguimos buscando soluções."