Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 12º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Inovação

5G: saiba o que esperar da nova tecnologia em Goiânia

Pesquisador explica avanços e pontua desafios | 20.08.22 - 08:00 5G: saiba o que esperar da nova tecnologia em Goiânia (Foto: reprodução/Pexels)
José Abrão
 
Goiânia – Ativada aos poucos nas capitais brasileiras, a nova rede 5G chegou a Goiânia nesta semana. Agora, com a novidade, as operadoras têm até o dia 29 de setembro para prover uma antena de 5G para cada 100 mil habitantes em Goiânia, conforme informou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
 
A nova tecnologia tem potencial de ser até 100 vezes mais rápida do que a rede 4G, tendo como principais diferenciais uma alta taxa de transmissão de dados, alta conectividade e baixa latência. Traduzindo, isso significa a transferência e o acesso a arquivos mais pesados em tempo real (ou próximo disso) com alta qualidade e pouca lentidão. No ponto mais alto, está prevista a transmissão de até 10 gigabits por segundo (Gbps). A média de velocidade do 4G é de 17 megabits por segundo (Mbps), enquanto um 4G de excelente qualidade e estabilidade atinge 100 Mbps.
 
Mas afinal de contas, o que é o 5G e como isso vai afetar minha vida? De forma resumida, trata-se da nova geração de telefonia e transmissão de dados sem fio cuja estrutura física (antenas, torres, bandas) começou a ser instalada no Brasil nos últimos três anos. A primeira versão do 5G, ainda utilizando boa parte da estrutura do 4G, chamada DSS, começou ainda lá atrás a operar especialmente no campo. Esta nova versão, de uso mais comercial e abrangente, ainda utiliza parte da estrutura anterior e se chama NSA (Not Stand-Alone, na sigla em inglês).

E esta ainda nem é sua última forma: a expectativa da Anatel é que a cobertura de 5G Stand Alone em 3,5GHz, o chamado 5G “puro”, seja intensificada até julho de 2025 e que a tecnologia esteja disponível em todos os municípios brasileiros até 2029. Na prática, para o usuário comum, isso significa acessar e baixar vídeos em alta ou altíssima qualidade (UHD ou 4K) quase instantaneamente. Enquanto no 4G baixar 25 gigabytes de dados (25 GB) poderia levar quase 40 minutos, no 5G este download pode ser feito em 20 segundos. Um divisor de águas, por exemplo, para quem usa streaming ou baixa músicas e vídeos na Apple Music ou da Netflix.
 
Segundo o professor da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), vice-coordenador do Programa de Pós-graduação da Engenharia Elétrica e de Computação da UFG e pesquisador do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia/UFG), Flávio Teles Vieira, o serviço que começou a ser oferecido nesta semana ainda não vai atingir estes picos, mas o usuário comum já vai sentir a diferença.
 
“As operadoras estão falando inicialmente em uma área de cobertura equivalente a 10% do que a rede 4G cobre hoje. Mas quem estiver dentro dessa área poderá, por exemplo, baixar um filme em poucos minutos, e não em quase uma hora, como no 4G”, explica ao jornal A Redação. “Essa tecnologia estará presente em muitos bairros de Goiânia, então já é um impacto inicial interessante”, completa.
 

Professor Flávio pesquisa aplicações do 5G  (Foto: acervo pessoal)
 
Dito tudo isso, eu vou precisar mudar de celular? Provavelmente, mas não é preciso mudar o chip ou o plano de telefonia: as principais companhias têm oferecido acesso livre à nova tecnologia, desde que o usuário tenha um aparelho compatível com o 5G e esteja dentro da área de cobertura do novo sinal. No momento, há no mercado 81 aparelhos compatíveis com o 5G já homologados pela Anatel e que são vendidos a partir de R$1.300. Os aparelhos 4G e 3G continuarão funcionando normalmente e a expectativa é que fiquem mais baratos com a chegada da nova tecnologia. Na capital, Tim, Vivo e Claro já começaram a oferecer o serviço 5G em mais de 130 bairros.
 
Esta eficiência, porém, vai além do entretenimento, explica o professor, ao garantir uma resposta em tempo real para empresas e negócios, tanto no dia a dia no escritório como na zona rural. “Uma aplicabilidade é no uso de drones na zona rural, que podem transmitir vídeos em alta resolução, em tempo real, no monitoramento da lavoura, algo que o 4G simplesmente não consegue”, exemplifica.
 
E a fibra?
Segundo Teles, é difícil prever se o 5G vai rivalizar com a internet fixa, pelo menos nestes momentos iniciais. “A fibra é um meio confiável, estável, ao contrário do sem fio, que sempre pode sofrer algum tipo de interferência. Dependendo das aplicações, a fibra óptica ainda é mais segura e é uma tecnologia que evoluiu muito, podendo oferecer taxas de transferência superiores ao 5G”, pondera.
 
Porém, por outro lado, a internet cabeada não tem a penetração e a facilidade que o serviço sem fio tem. “Eu diria que a maioria das pessoas hoje abriu mão da internet fixa. E, para muita gente, a própria rede 4G já resolve suas necessidades: utilizar as redes sociais, usar o WhatsApp. E o sem fio permite levar a internet a qualquer canto, enquanto tem regiões acidentadas em que não tem como a fibra chegar”, analisa.
 

Tecnologia deve chegar a todas as capitais até o final de setembro (Foto: Marcello Casal Jr/AB)

 
Novas tecnologias
Uma das principais características do 5G é a conectividade. “O 5G permite agregar diversas tecnologias, impulsionando a Internet das Coisas (IoT) e a Inteligência Artificial (IA)”, diz. E explica: “por exemplo, minha roupa pode enviar um sinal para o meu celular, que pode enviar um sinal para a minha geladeira”.
 
Entre estas novas aplicabilidades, se destacam casas inteligentes, que fazem muito mais do que só apagar luzes sozinhas, assim como avanços na telemedicina, com aparelhos sem fio capazes de monitorar em tempo real as condições físicas de uma pessoa. Porém, ainda mais adiantado que tudo isso estão os carros autônomos: com um 5G pleno, veículos poderão realizar ações em frações de segundo, devido à baixa latência da nova tecnologia. “Lá no Ceia (Centro de Excelência em Inteligência Artificial), aqui na UFG, já temos nossos carros que andam sozinhos e sensores que monitoram remotamente a pressão arterial de pacientes. Isso já está acontecendo”, aponta.
 
Mas as maiores partes das possibilidades e aplicabilidades do 5G ainda estão por vir. O professor Teles cita como exemplo o metaverso, ainda pouco explorado na atual geração. Com as capacidades do 5G, os limites da realidade virtual e aumentada se expandem exponencialmente. “No metaverso, eu e você teremos um avatar e vamos entrar em um mundo de fato digital. No metaverso, o meu avatar pode ser entrevistado pelo seu, e não pelo telefone, em um futuro não tão distante (risos)”, resume o professor.

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351