A Redação
Goiânia - Dois meses depois do incêndio que tirou a vida de um casal e de um bebê de 23 dias em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, a Polícia Civil (PCGO) concluiu que as chamas foram causadas por um produto usado na impermeabilização do sofá da família.
Segundo o documento divulgado nesta quarta-feira (23/10), o fogo começou entre a cozinha e a sala do apartamento onde Luiz Evaldo Lima, Graciane Rosa de Oliveira e Léo moravam e que outras hipóteses da causa do incidente foram analisadas, como problemas elétricos ou de vazamento de gás do próprio apartamento. As estrutura, porém, estavam intactas e com validade em dia.
O técnico de impermeabilização foi indiciado por incêndio culposo, que resultou nas mortes e na lesão corporal de Maria das Graças, mãe de Graciane. Ele vai responder em liberdade.
O produto
Segundo a polícia, o produto foi comprado por Graciane pela internet, ou seja, é de fácil acesso. Além de tóxico, ele não apresenta cheiro, o que dificulta a identificação de um eventual vazamento. O grande problema, porém, e que no momento da aplicação a mulher estava na cozinha, com as chamas do fogão ligadas.
"O produto, em forma líquida, passou a ser vaporizado para impermeabilizar o sofá. O gás foi gerado depressa, se concentrando na parte inferior do ambiente e foi subindo até entrar em contato com o fogo da chama do fogão, o que causou a explosão”, afirmou o perito Fernando Lerbach.
Queda acidental
Ainda de acordo com Lerbach, a queda do casal e do bebê do apartamento em chamas foi acidental. "Eles estavam no quarto e foram até a janela buscar um ambiente mais fresco para respirar. A mãe se desequilibra com o bebê nos braços, o pai segura a mãe, a tela rompe e os três caem”, afirmou o perito.
O perito também explicou que outro fator que demonstra que as vítimas caíram de forma acidental é a proximidade com que os corpos estavam da prumada do prédio.
"Quando a gente faz uma análise, um dos parâmetros que usamos é o deslocamento da vítima em relação ao ponto em que ela caiu. Quando é uma queda acidental, geralmente essa proximidade é bem pequena, como foi o caso. Todas as vítimas estavam muito próximas à prumada do prédio, o que indica para nós que foi realmente uma queda acidental, e não alguém que se projetou para frente."