José Abrão
Goiânia – Em uma ação inédita em Goiânia, o Sistema OCB/GO, em parceria com diversas instituições privadas e públicas, lançou nesta segunda-feira (30/6) o Movimento Reciclar, com o objetivo de avançar nos índices de reciclagem do município. As metas são ousadas: avançar dos atuais 1,8% para 10% até 2026 e alcançar 50% até 2033.
O projeto é liderado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico (Codese), Sistema OCB/GO, Fórum das Entidades Empresariais de Goiás, Sebrae Goiás e Secretaria da Retomada do Estado, com apoio de instituições públicas, privadas e acadêmicas. O lançamento ocorreu no Edifício Goiás Cooperativo, no Jardim Goiás, na capital, onde também ocorreu a assinatura de um pacto institucional de representantes de todas as entidades, com a presença do prefeito Sandro Mabel.
“A natureza agradece, porque nós precisamos reciclar. Você pega uma latinha de alumínio e joga ela no lixo. Você pega um saco plástico e joga ele no lixo. Enquanto se você separar direitinho, as cooperativas buscam isso, reciclam, mandam para as indústrias e as indústrias fazem o aproveitamento. Quando elas estão aproveitando esse alumínio, elas estão deixando de tirar minerais da natureza para fazer produtos. Então a reciclagem é muito importante”, salientou o prefeito.
Sandro Mabel (Foto: Joabe Mendonça/A Redação)
Ele lembrou a visita que fez a Milão, em que observou como 67% do lixo é reciclado e o restante queimado e transformado em energia e promete investir em um caminho semelhante para a capital e elogiou a iniciativa da OCB. “Esse primeiro seminário desse movimento em reciclar é muito importante por isso, é botar toda a comunidade dentro desse movimento para que nós possamos pensar juntos e agir juntos”, conclui.
O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, salienta que “tenho orgulho de fazer o primeiro seminário que trata desse tema da reciclagem. Não é um movimento de uma entidade, nem só das entidades, mas é um movimento que tem que ter toda a participação da sociedade, do poder público, da academia e da sociedade civil”. Pereira argumenta que um problema complexo como este só pode ser solucionado a muitas mãos, lembrando que o Brasil produz cerca de 80 milhões de toneladas de lixo por ano.
Luís Alberto Pereira (Foto: Joabe Mendonça/A Redação)
“Olha o valor econômico que nós estamos perdendo para isso. Se esse lixo tivesse sido processado por uma cooperativa de reciclagem, só aqui em Goiânia, nós estaríamos aumentando a renda de no mínimo 400 famílias. E também estaríamos rendendo muitos recursos que de certa forma voltarão para a sociedade”, completa.
O diretor de administração e finanças do Sebrae Goiás, João Gouvêia, lembra que o papel do Sebrae é sempre fomentar os pequenos negócios e isso tem tudo a ver com reciclagem. “Esse pequeno negócio aparece em uma pequena indústria, que fabrica, a partir de um reciclado, os isoladores de energia elétrica”, exemplifica.
A presidente do Codese, Helena Ribeiro, aponta que apesar do desafio, se bem-sucedido, o movimento colocará Goiânia como referência nacional em reciclagem. “Vamos transformar os nossos resíduos em sustentabilidade, qualidade de vida, mas não só isso: emprego e renda para transformar as cooperativas, com matéria-prima que seja realmente aproveitada. Precisamos, como sociedade, como ser humano, repensar o propósito que a gente tem para fazer do nosso ambiente e do futuro um lugar melhor para se viver”, diz.
Helena Ribeiro (Foto: José Abrão/A Redação)
Por fim, o sub-secretário estadual da Retomada, Teófilo Neris, destaca que “nós somos uma secretaria conectada com o desenvolvimento de diversas cadeias produtivas. Por isso que estamos sempre em conexão com todo o setor produtivo e todo o setor está conectado com a questão do lixo. É algo sobre o qual estamos conversando o tempo inteiro para buscar alternativas possíveis para tratar o lixo junto com as cooperativas”.
Teófilo Neris (Foto: Joabe Mendonça/A Redação)
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