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Prova na Universidade será no domingo (19/10) | 17.10.25 - 12:01
Professora Cassiana em sala de aula (Foto: divulgação)A Redação
Goiânia – A prova de redação da Universidade Federal de Goiás (UFG) tem características próprias e bastante distintas da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Embora ambas exijam domínio da norma-padrão e capacidade argumentativa, se orientam por concepções diferentes de escrita. O certame será realizado neste domingo (19/10), marcando o retorno do processo seletivo tradicional 11 anos após a Universidade utilizar exclusivamente o Sistema de Seleção Unificada (SiSU).
Enquanto o Enem segue um modelo padronizado e altamente estrutural (voltado à estrutura dissertativo-argumentativa mais rígida e com proposta de intervenção obrigatória), a UFG propõe uma escrita mais interpretativa, analítica e aberta à reflexão crítica. A prova convida o candidato a assumir um posicionamento mais autônomo, demonstrando autoria e maturidade argumentativa.
É o que explica Cassiana Carvalho, formada em Letras-Português pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e professora no Articularte Redação. Para a professora, a principal diferença está na liberdade de pensamento exigida pela Federal.
“A redação da UFG e a do Enem, embora ambas exijam domínio da norma-padrão e capacidade argumentativa, orientam-se por concepções distintas de escrita. Enquanto o Enem segue um modelo padronizado e altamente estrutural, voltado à estrutura dissertativo-argumentativa mais ‘engessada’, a UFG propõe uma escrita mais interpretativa, analítica e aberta à reflexão crítica, que exige um posicionamento maior do aluno e maior autonomia e autoria de escrita”, explica.
Os temas da redação da UFG costumam partir de textos mais densos e reflexivos, que convidam o participante a analisar e discutir um tema sob múltiplas perspectivas. Diferente do Enem, não há obrigatoriedade de apresentar uma proposta de solução. O foco está na interpretação, argumentação crítica e análise social. Tais habilidades que demandam repertório, leitura de mundo e senso crítico apurado.
Segundo Cassiana, essa característica torna a prova mais desafiadora. “Os temas do Enem sempre apresentam um problema social de relevância nacional, exigindo que o candidato discuta causas, consequências e elabore uma solução, a chamada proposta de intervenção. Já a UFG parte de textos mais complexos, que pedem análise e reflexão. Por isso, o candidato precisa demonstrar que é capaz de pensar fora do modelo tradicional e construir ideias com autoria e profundidade”, detalha.
A redação da UFG é avaliada com base em critérios como compreensão do tema, coerência argumentativa, consistência das ideias, interpretação dos textos de apoio e adequação à norma-padrão da língua. Outro ponto importante é a capacidade de estabelecer relações entre os textos da coletânea e as ideias próprias do candidato.
“Em resumo, enquanto a redação do Enem é muito avaliada dentro de um modelo padronizado, o qual permite praticamente sempre os mesmos repertórios e argumentos, a da UFG exige que o aluno tenha a capacidade de pensar fora desse modelo. É uma prova que valoriza a análise, a originalidade e a criticidade do estudante”, conclui a professora.