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Operação Contenção

Castro anuncia parceria com governo Lula em meio a crise de segurança no Rio

Escritório emergencial será criado | 29.10.25 - 22:39 Castro anuncia parceria com governo Lula em meio a crise de segurança no Rio Castro anuncia parceria com governo Lula em meio a crise de segurança no Rio. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
 
São Paulo - O governador Cláudio Castro e o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram na noite desta quarta-feira, (29/10), a parceria entre o governo federal e o Rio de Janeiro para combater o crime organizado. A medida foi informada após queixas de Castro sobre a falta de apoio da União na ofensiva contra as facções - o ministério tem afirmado dar suporte contínuo às polícias fluminenses.
 
“Tivemos um diálogo importante. Se o problema é nacional, o Rio de Janeiro é um dos principais focos. Daqui saiu uma proposta concreta: a criação de um Escritório Emergencial de Enfrentamento ao Crime Organizado”, disse Castro.
 
Segundo o ministro, objetivo não é burocratizar as ações. “É um fórum onde as forças vão conversar entre si, tomar decisões rapidamente, até que a crise seja superada. Esse é um embrião daquilo que nós queremos criar com a PEC da segurança pública que está sendo discutida no Congresso Nacional.”
 
O governador afirmou ainda que espera que tal parceria se transforme em um “início de um novo tempo”. “A ideia é que nossas ações sejam 100% integradas a partir de agora, inclusive para vencermos possíveis burocracias. Vamos integrar inteligências, respeitar as competências de cada órgão, mas pensando em derrubar barreiras para, de fato, fazer segurança pública”, completou.
 
“Vamos tomar algumas medidas emergenciais, e uma medida mais permanente, que se projeta no tempo, esse escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado, onde vamos conjugar as forças federais e as forças estaduais, para resolvermos rapidamente os problemas”, completou o ministro da Justiça.
 
Como deverá funcionar o ‘escritório’
O ministro afirmou que algumas medidas já foram tomadas. Ele citou que o efetivo da Polícia Federal no entorno da cidade do Rio já foi ampliado e ainda será reforçado. O mesmo deve ocorrer com a Polícia Rodoviária Federal.
 
Além disso, deverá será feita uma integração da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e do Comitê Integrado de Investigação Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra) - esse último é formado por membros das Polícias Rodoviária e Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), secretarias de Polícia Civil e da Fazenda e Ministérios Públicos Federal e do Estado do Rio de Janeiro e foi criado para descapitalizar o crime organizado.
 
“Na verdade, nós temos dois escritórios, o do Ficco e o da Cifra, e a nossa proposta é juntar esses dois escritórios de maneira temporária e emergencial e colocar nele, juntamente, à luz do que a ADPF fala, que provavelmente teremos diversas ações em conjunto.”
 
O trabalho técnico e pericial também será ampliado com a ajuda do governo federal para o trabalho de identificação dos corpos.
 
Parceria ocorre após briga
O Ministério da Justiça se reuniu com o governo do Rio depois que Cláudio Castro reclamou de falta de apoio. Em coletiva na manhã desta quarta, ele chegou a dizer que não ficaria “chorando por ajuda do governo federal no combate ao crime”.
 
Na segunda, após a operação, Castro afirmou que o Estado enfrenta o crime organizado “sozinho”, uma vez que as forças federais, segundo ele, não o ajudam. Na sequência, o Ministério da Justiça rebateu a informação, alegando que atendeu todas as solicitações para atuação da Força Nacional no Estado.
 
O governador disse que o Rio não teve auxílio de forças federais na megaoperação. E que não pediu ajuda à União “desta vez”, porque já houve três negativas de ajuda anteriormente.
 
Mais cedo, em coletiva em Brasília, o diretor da PF, Andrei Rodrigues, disse que não foi informado pela gestão de Castro sobre a megaoperação. “Não fomos comunicados de que seria deflagrada neste momento. Houve um contato anterior, do pessoal da inteligência da Polícia Militar com a nossa unidade no Rio para ver se haveria alguma possibilidade de atuarmos em algum ponto neste contexto’, disse Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal.
 
Fila de corpos no Complexo da Penha
A operação foi a mais letal da história do Estado. Moradores do Complexo da Penha, na zona norte carioca, um dos locais onde houve a operação, levaram ao menos 60 corpos para a Praça São Lucas durante a madrugada e o início da manhã desta quarta-feira, 29. No início da tarde, todos os corpos já tinham sido levado para o IML. Segundo o último balanço do governo do Rio, 121 pessoas morreram. A Defensoria afirma que são 132.
 
“Ninguém nunca viu no Brasil o que está acontecendo aqui”, disse Jéssica, uma moradora. Ela estava no meio da multidão que tentava identificar as vítimas. “Ninguém nunca viu no Brasil o que está acontecendo aqui”, afirma Jéssica. Os corpos estavam amarrados, tinham marcas de facadas. A reportagem presenciou ao menos um corpo decapitado. (Agência Estado)

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