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Ambulatório

Dívida leva Maternidade Dona Iris a suspender atendimentos em Goiânia

Déficit chega a 680 procedimentos por semana | 13.03.17 - 12:19 Dívida leva Maternidade Dona Iris a suspender atendimentos em Goiânia (Foto: divulgação/Prefeitura de Goiânia)
 
Mônica Parreira
 
Goiânia - O Hospital e Maternidade Dona Iris decidiu suspender por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira (13/3), os serviços de ambulatório. Nas primeiras horas da manhã, grávidas que procuraram a unidade de saúde em Goiânia acabaram voltando para casa sem atendimento. 
 
A administração da maternidade informou ao jornal A Redação que pelo menos 680 atendimentos ambulatoriais devem deixar de ser feitos por semana. As atividades suspensas envolvem consultas, exames e até coleta externa de leite materno de mães doadoras. Urgência e emergência continuam funcionando normalmente.
 
O Hospital e Maternidade Dona Iris está com os seguintes serviços suspensos: consultas ambulatoriais de ginecologia e neonatologia, atendimento multiprofissional (tais como fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia e odontoneonatologia), mamografia, ultrassonografia eletiva, teste da orelhinha, teste do pezinho, curativos, retiradas de pontos e coleta externa de leite materno. 
 
A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), que administra a unidade, explica que a paralisação é uma resposta à dívida de cerca de R$ 24 milhões da Prefeitura de Goiânia. O repasse de verba pelo convênio começou a sofrer atrasos no ano passado.  
 
O diretor Executivo da Fundahc, José Antônio de Morais, disse à reportagem que na última sexta-feira (10) a prefeitura realizou o repasse de R$ 1,8 milhão. "Foi o suficiente para quitar a folha de pagamento de fevereiro, que estava atrasada. Os médicos, inclusive, estavam com indicativo de greve caso não recebessem", explicou.
 
José Antônio disse que a fundação está em negociação com a Secretaria Municipal de Saúde na tentativa de receber a dívida, mas que ainda não chegou a nenhum acordo. "A suspensão de atendimentos ambulatoriais vai reduzir pouco do custo total da maternidade, mas essa foi a primeira ação que decidimos tomar", comentou o diretor da Fundahc.
 
O convênio entre a Fundahc e a Prefeitura de Goiânia foi firmado em 2012 e termina no próximo dia 5 de junho, podendo ser renovado. "Temos interesse de continuar [na gestão da maternidade], assim como a Secretaria de Saúde. Mas precisamos que nos dê condições de trabalho", completou o diretor.
 
Resposta
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou a paralisação e disse que a não realização do repasse teve início em setembro do ano passado, na gestão do então prefeito Paulo Garcia. Confira o comunicado na íntegra:

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) esclarece que o atendimento de urgência e emergência no Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) está mantido. As mulheres que precisarem desse tipo de atendimento na Capital podem continuar procurando a Maternidade.
 
No entanto, o atendimento ambulatorial foi paralisado temporariamente por conta da revisão do contrato firmado entre a Prefeitura de Goiânia e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (FundaHC), que foi aditivado em valores que chegam a 113% em relação ao valor inicial do convênio. 
 
Vale lembrar que a gestão anterior não realizava desde setembro os repasses à Fundação. A atual gestão, desde janeiro, tem reforçado a readequação dos serviços ofertados, enfatizando a priorização da manutenção da assistência completa ao parto. Além disso, a SMS realizou reuniões frequentes com a Fundação e nos últimos meses efetuou todos os pagamentos dentro do ajuste solicitado. Entretanto, com os aditivos, os valores do convênio ficaram acima da capacidade de pagamento da secretaria, que está se esforçando para resolver o impasse.


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