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Marina optou. É o poder!

| 06.10.13 - 09:20

Goiânia - Marina Silva é contra o aborto, mas abortou a Rede Sustentabilidade e vai se candidatar pelo PSB. Admite ser vice de Eduardo Campos, que até ontem estava alocado em cargos no governo, que nas pesquisas aparece muito atrás da própria Marina.
 
Marina tem um projeto de poder. Vale tentar subir a rampa do Planalto Central, seja como for. E vale até como vice.
 
Já admirei mais Marina Silva e fui sua eleitora nas últimas eleições presidenciais, antes de ela sair em defesa do deputado Marco Feliciano. Marina tem uma história incrível de superação e convívio com a sustentabilidade, mas no jogo do poder cedeu a forças contrárias aos avanços sociais brasileiros e, para tentar viabilizar seu partido na reta final, aderiu ao velho jeitinho de propor flexibilização de regras.
 
Hoje, entretanto, defini minha visão sobre Marina Silva. Ela tinha dois caminhos: a coerência ou o poder a qualquer custo.
 
Lembremos alguns capítulos de sua história para entender, primeiro, o que seria coerência. Marina saiu do governo Lula porque disse não conseguir viabilizar um projeto de sustentabilidade no Ministério do Meio Ambiente. Trocou o poder pela consciência. E foi respeitada em sua decisão até pelo próprio Lula (que disse recentemente que ela é uma pessoa "extraordinária"). Depois, deixou o PV por incompatibilidades entre sua ética política e as decisões do partido.

Foi quando decidiu criar a Rede Sustentabilidade, que, a despeito do enorme prestígio de sua criadora, não conseguiu as assinaturas suficientes para ser efetivada em tempo de participar da disputa presidencial. Antes da decisão do Tribunal Superior Eleitoral, Marina continuava optando pela coerência: sua candidatura era pela Rede ou por nenhuma outra sigla, ela dizia.
 
Marina esteve no meio de um leilão e parecia gostar dele. Teve convite de tudo quanto é partido para se filiar e se candidatar por alguma legenda à presidência. Lógico que os partidos estavam de olho no fato de ela ser a segunda colocada nas pesquisas (muito mais que em qualquer ética política). A decisão da ex-ministra mostrou sua índole.
 
Se ela tivesse optado por perder os anéis mantendo os dedos, fiel a princípios independentemente da disputa do ano que vem, continuaria tendo minha admiração (apesar de eu não ser mais sua eleitora, pois não consigo engolir seu lado fundamentalista religioso indisfarçável). Marina optou pelo poder e rasgou as justificativas usadas para criar a própria Rede e os princípios que diz ter. Marina teve uma chance de mostrar ao Brasil se tinha mesmo uma terceira via a apresentar ao país ou se era apenas mais do mesmo.
 
Ela tem todo o direito de escolher o que quiser, mas o eleitor também tem o direito de julgá-la. A Rede foi um belo marketing aproveitando a era das conexões digitais. Que não conseguiu sair do virtual. Ponto. Ao que tudo indica, esse modelo de político vai, muito rapidamente, escorrer para o mesmo esgoto em que está mandando à ética.
 
Se os demais idealizadores da Rede desistirem, terão jogado meses de esforços para a criação deste partido no lixo. Mas caso resolvam levar adiante a Rede sem Marina, assim como Heloísa Helena criou e deixou o PSOL, ela terá ajudado a criar mais um partido, (como se 32 já não bastassem) que já nascerá órfão de ideologia política.
 
Em se tratando de "sustentabilidade", Marina pode ter criado mais um "entulho político" que será despejado no grande lixão da nossa já tão poluída sociedade! No fim das contas, não faço ideia do que será pior!

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