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Carol  Piva
Carol Piva

Carol Piva é doutoranda em Arte e Cultura Visual na UFG e uma das editoras-fundadoras do jornal literário "O Equador das Coisas". Servidora do TRT de Goiás, tradutora e ficcionista. / carolbpiva@gmail.com

Brasil Central, patrimônio da gente"

A Mostra Paralelo 16º: “dançar é uma forma de amar”

| 24.04.16 - 17:29  
“Dançar escreve / um traço leve / o verbo de Deus bê-á-bá”, e qual-lá se desembaraçam linhas, “paixões e ais”, “para pisar / golpes de ar”. 
 
Assaz-assim, Tom Zé abre os versos de sua canção “Dançar” dizendo dos corpos em dança, em diálogo-dança, deslizando embalados, alinhavados por um-quase “delírio sonâmbulo”, na toada de uma experiência também feita de expressão verbal. Que cria sintaxes, dramaturgias; incorpora gestos e refaz cotidianos; improvisa sequências corporais; serpeia por mundos remotos, familiares, estranhos; faz vibrarem os músculos, os nervos, o movimento... e desenha consciências, encen(ações), deslimites — a exemplo das palavras, num texto.   
 
É que, como escrever, também dançar é fazer estremecer o mundo. Significa lançar perguntas indiretas para que cada um de nóscom a nossa história, linguagem, com a nossa liberdade — saia em busca de respostas, ou gerúndios para os verbos, e ainda mais perguntas, a perder de vista.
 
Com um projeto de esticar horizontes, a Mostra de Dança Contemporânea Paralelo 16º vem deixando, desde 2005, suas linhas imaginárias... em redemoinhos de imagin(ação)-com-a-gente. Naquele absoluto sentido fora do mundo — sentido que “tanto traz à cena como (se) esconde da cena” —, a mostra se iniciou em Goiás, foi aqui-e-ali borbotando ampli(fic)ações, até ocupar teatros e espaços culturais na capital federal, congregando fazedores de arte e germinando “deslumbramentos, questionamentos, aquelas inimagináveis sensações causadas pelos espetáculos de corpos”, como o próprio coletivo gosta de dizer-que. 


E dizer de dança assim-tal expressa essa-qual “vontade de ser dança, de fazer dança, de ver dança”. É, como se pressente, coisa de mais-oferendar: a mostra já é ponto de encontro, contemplação e articulação para bailarinos, coreógrafos, pesquisadores, artistas, comunicadores, gente como a gente, que aprecia e a quem apetece — ou venha a apetecer — o espetáculo-dança, a chance de se repimpar nos sentidos do corpo e da memória corporal dos bailarinos, em arte de sonhar e amar e construir poesias no ar...
    
De volta a terras goianas desde 2013, o Paralelo 16º pode ser experimentado de pertinho, em sua 8ª edição, bem-aqui na capital, a partir de 3 de maio (até o dia 8 ).
 
Com o apoio do Governo de Goiás, através do Fundo de Arte e Cultura, dessa vez a mostra contará com espetáculos (de grupos da casa e de Minas, São Paulo, Rio e Ceará) e, ainda, com palestras, oficinas, mesas-redondas — prosas abertas ao público! — que acontecerão em espaços não só estratégicos e de fácil acesso, mas cuja frequentação dão mesmo gosto-além na gente: Teatro Goiânia, Espaço Culturama, Espaço Quasar e Vila Cultural Cora Coralina
 
Dançar, ver dança, dizer da dança... Pois(-as)sim diria Pina Bausch: “As palavras”, ah... as palavras... “As palavras apenas evocam as coisas. É aí que entra a dança”.  

Quando: de 3 a 8 de maio de 2016
 
Onde: Teatro Goiânia, Espaço Culturama, Espaço Quasar e Vila Cultural
 
Quanto: R$12,00 (a inteira) e R$6,00 (a meia) para os espetáculos / de graça: palestras, aulas, oficinas, mesas-redondas

Comentários

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  • 22.05.2016 19:40 Carol Piva

    Querida Ana Paula, Helena-querida, vi hoje as palavras de vocês, e jeito melhor não há de dizer de: foi dança-letripulia, coisa de bastantes dancísticos! Agradeço, ficando toda-cá de encantamentos... Pois-que convido pra leitura do texto de hoje, "Judiaria", e, agraciada-além, abraço ambas com muito, mas muito carinho. Ao alto e avante, sempre! Tim-tim!

  • 17.05.2016 10:14 Ana Paula Mota

    Que lindeza de texto dancístico! Adoro jornalismo cultural não é à toa. Tarde eu replico, mas ainda em tempo de refletir sobre os movimentos dessa caneta, ou desse teclado.

  • 29.04.2016 06:53 Helena Frenzel

    Que bom saber disso, vou espalhar. Em tempo: adorei o "enfarunhamento" com a dança. Escrever é dançar, dançar é escrever e faltando palavras: inventar-se-dê!

  • 25.04.2016 21:44 Carol Piva

    Pois-bailemos sempre, G! Luta que se luta, ainda que no ar. Ou no exíguo espaço que nos resta. Esta -- luta-arte! Agradecida de novo, de muito, de sempre pela sua leitura, grande Equador! E agraciada pela ternura-em-apoio! Assim-assim, sigamos!

  • 24.04.2016 19:07 Germano Xavier

    Como dançamos também com a alma, que não tem distância, estarei por lá nos prestigiares. Bailemos!

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Carol Piva é doutoranda em Arte e Cultura Visual na UFG e uma das editoras-fundadoras do jornal literário "O Equador das Coisas". Servidora do TRT de Goiás, tradutora e ficcionista. / carolbpiva@gmail.com

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