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Espancamento

Mulher se recusa a denunciar marido

Vaqueiro teria deixado vítima com sangramento | 28.08.11 - 17:23


Cleomar Almeida

Policiais da Delegacia da Mulher presenciaram, na tarde deste domingo (28/8), mais um caso de demonstração do medo que pesa sobre a maioria das vítimas de violência doméstica. Mesmo com fortes sinais de espancamento, como a região dos olhos roxa e sangramento no rosto, uma mulher de 40 anos assinou, na delegacia, um termo de recusa para livrar o marido, de 41 anos, de um inquérito policial e, possivelmente, do banco do réu na Justiça.

De acordo com informações da Patrulha Rural da Polícia Militar (PM), o vaqueiro Anisio Soares pretendia assassinar, a tiros, sua esposa, Helena José de Almeida, durante uma discussão do casal, na casa onde eles moram, na Fazenda Bananal, próxima à barragem do Rio João Leite, entre Goiânia e Goianápolis. Depois de ter espancado a companheira, Soares não conseguiu pegar uma espingarda e outra arma que estavam no quarto, porque, segundo a polícia, foi impedido pelo cunhado.

Por causa do obstáculo, o vaqueiro teria saído de casa, dizendo que iria buscar uma arma para matar a companheira. Segundo policiais da Delegacia da Mulher, o irmão da vítima é quem teve coragem de chamar a PM, porque Helena ficou com medo. Soares foi preso em frente a uma distribuidora de bebidas, no Setor Vale do Sonho, em Goiânia. No momento da abordagem, informou a polícia, o agressor disse que sua esposa deve sumir para ele não “fazer besteira”, o que seria uma ameaça de morte.

Plantonista da Delegacia da Mulher, o delegado Rosival Reis de Oliveira atendeu a vítima e confirmou que ela desistiu de registrar queixa. Para ele, essa postura reflete medo de retaliação do marido. Entretanto, o delegado disse que, em muitos casos, também pode envolver dependência financeira do agressor ou pressão dos filhos que assumem comportamento em defesa do pai. “É muito importante as mulheres vitimadas se representarem, criminalmente, contra os agressores, além de pedir ao juiz medidas protetivas”, explicou o delegado.

Diante da recusa de Helena, a Delegacia da Mulher cancelou abertura de inquérito sobre o caso. Entretanto, o vaqueiro foi encaminhado para o 1º  Distrito Policial, no Centro da Capital, onde deve ser autuado por porte ilegal de arma.


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