Tem um ditado que diz: "o pior cego é aquele que não quer ver". Tem também "o pior surdo é aquele que não quer ouvir". Mais do que um ditado popular, ter olhos e ouvidos que funcionam perfeitamente e se fechar para o mundo, é uma das piores atitudes.
Não sei se só eu percebo isto, mas o ser humano está cada vez mais egocêntrico e egoísta. Tudo tem que girar ao redor dele, no tempo dele, do jeito que ele achar que tem que ser.
As pessoas estão intolerantes, não tem paciência para ouvir, muito menos para aprender algo novo. A maioria quer apenas impor a própria opinião, e os outros (todos os outros, sem exceção), é que estão errados e "fora da casinha".
Foi diante das dificuldades que a espécie humana evoluiu. Foi só diante das dificuldades que criamos, inventamos, adaptamos, reinventamos. Contudo, de uns tempos para cá, a sensação que tenho tido é que andamos para trás. Retrocedemos.
O altruísmo (capacidade de se colocar no lugar do outro), está cada vez mais esquecido. Ajudar o próximo? Claro que ainda temos seres humanos maravilhosos que se preocupam, agem e transformam a realidade do próximo. Mas a maioria, se fecha, se tranca, e se a própria vida estiver boa, o restante da humanidade que se dane.
Precisamos aprender a olhar, e principalmente, agir mais pelo próximo. Caminhar de mãos dadas, lado a lado. A vida não é uma competição (embora tenha se transformado nisso). Mais do que pagar os boletos que chegam, que tal aproveitar os bons momentos que a vida proporciona. Já parou para observar o céu, sentir o vento, apreciar a paisagem?
Para ajudar alguém não precisa ser com bens materiais. Às vezes só saber ouvir já é de grande valia.
Se você está vivo já é uma grande dádiva. Agradeça mais, se permita mais, ouça mais. Deixe o egoísmo de lado. A vida quando é compartilhada é muito mais interessante e divertida.
*Fabrício Santana é jornalista