Goiânia - A manchete, do boletim “Notícias de Naves” nº 22, de 2 de junho de 2006, surpreendeu, como muitas outras descobertas desde que começamos a pesquisar sobre a família Naves em 2002.
Afinal, estávamos começando a substituir a imagem anterior, de quando iniciamos esse levantamento a respeito dos Naves, quando a maioria só conhecia um episódio trágico. Era o já famoso caso dos irmãos Naves, acontecido em 1937, em Araguari, MG, e até hoje causando arrepios em quem se atreve a assistir o filme, realizado com base no livro sobre o maior erro da Justiça brasileira, escrito pelo advogado João Alamy Filho. Eram as justificativas sobre as ações que ele adotou quando pegou o processo para defender os irmãos Joaquim e Sebastião Naves, então já sendo punidos pelo sumiço do primo de suas mulheres, que estava hospedado há um ano na casa de um deles, e do dinheiro que levava consigo.
Não era a nossa história e sim o triste envolvimento, nesse caso, de dois irmãos, cidadãos simples, íntegros, honestos e trabalhadores, como ficou demonstrado o tempo todo. Por isso decidimos ter esse referencial para mostrar a injustiça cometida e a vida correta dos dois primos, e reacender a luta contra o autoritarismo do Estado e a violência contra cidadãos indefesos.
Estávamos buscando novos referenciais, de familiares que construíram trajetórias positivas.
Edson Arantes do Nascimento, mundialmente reconhecido como Rei do Futebol, o Atleta do Século XX e o jogador que criou um futebol alegre, bonito e que transformou esse esporte, não assina Naves e é da família. Ele nasceu em Três Corações, MG, uma cidade de muitos Naves, neto de Jeremias Ferreira Naves, de origem humilde, do meio rural, que lutou muito para dar uma vida melhor para sua família.
Pretendemos realizar, possivelmente no final de setembro deste ano, o terceiro Encontro Nacional da Família Naves, em novo formato e com nova dinâmica, mais ampla e abrangente, com o nome de Festival Cultural Naves Brasil. Uma das ideias é produzir documentários e exposições fotográficas sobre parentes que se destacaram nas mais diversas atividades. Dentre esses, o general Antônio de Souza Neto, líder da Guerra dos Farroupilhas, no Rio Grande do Sul, e que proclamou a independência da República Riograndense; Pelé no futebol; Iris Rezende Machado na política – como vereador, deputado estadual, Prefeito de Goiânia, Governador de Goiás, Senador e Ministro de Estado da Agricultura, dentre outras funções de relevância; o médico Francisco Humberto de Freitas Azevedo, que foi deputado federal Constituinte por Minas e vice-prefeito de Uberlândia; e a pesquisadora Maria Helena Fernandes Cardoso (Dorinha), professora da Universidade Federal de Uberlândia, que escreveu o livro sobre a história da família Naves no Brasil, que comemora mais de 370 anos de presença no país. Para ficar em apenas cinco exemplos de familiares que não assinam Naves.
Dos que assinam o nome, temos dois políticos que são sempre citados: o famoso senador Abilon de Souza Naves, mineiro que se elegeu pelo Paraná, que seria eleito tranquilamente Governador desse Estado não fosse um ataque cardíaco fulminante que o vitimou; e José Rodrigues Naves Júnior, vereador por quatro mandatos consecutivos em Goiânia, quando emancipou o povoado de São Geraldo como Goianira, e ali se elegeu duas vezes vereador e Prefeito da cidade. Dentre os empresários, os exemplos de João Braz Naves, que de simples empregado que vendia passagens na Rodoviária de Ribeirão Preto, SP, criou uma empresa que se transformou na gigante Rodonaves, e Ivaldo Naves, da Rodoban, recentemente falecido.
A intenção é conversar com o primo e jornalista Mauro Naves, que trabalhou na TV Globo por muitos anos, na área de esportes, e foi amigo de Pelé, para produzir esse documentário sobre o Rei do Futebol, o jogador que, com sua criatividade e domínio da bola, modelou esse esporte no que é hoje, no mundo inteiro.
Outra proposta é publicar livros. Já estão prontos cinco, um dos quais o da Dorinha com a irmã Vicentina Naves Fernandes, já falecida, sobre a história da família; outro, é o do pesquisador Nilson N. Naves, sobre a nossa árvore genealógica; e três vão compor uma série, intitulada ‘Notícias de Naves’, relatando como está sendo construída a história da família no Brasil, e a do Pelé é uma delas.
Jales Naves, jornalista e escritor, presidiu a Associação Goiana de Imprensa (AGI) em dois mandatos consecutivos (1985-1991), onde tem a inscrição nº 1.088; e integra a Academia de Letras e Artes de Caldas Novas (Cadeira nº 30), o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (Cadeira nº 34) e o Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis para os Povos do Cerrado.