Uma recente pesquisa revelou que um em cada quatro jovens da Geração Z levou os pais para entrevistas de emprego. Esse comportamento desperta questões relevantes para o desenvolvimento dessa geração no mercado de trabalho, destacando uma preocupante dependência emocional, resultante de uma educação superprotetora. Enquanto esses jovens foram criados em um ambiente digital, com acesso rápido a informações e soluções, o mercado continua a exigir competências clássicas como autonomia, responsabilidade e iniciativa, características que parecem estar sendo negligenciadas.
O ambiente digital, com sua velocidade e imediatismo, moldou a mentalidade da Geração Z de forma singular. Muitos demonstram impaciência com processos que exigem tempo e esforço contínuo. No entanto, a realidade do mercado é implacável: o sucesso profissional raramente surge da noite para o dia. A lei da semeadura, na qual colhemos o que plantamos, é uma regra vigente que exige comprometimento e foco para que resultados sólidos sejam alcançados. Não há atalhos para o crescimento profissional, e essa compreensão precisa ser reforçada entre os jovens.
O equilíbrio entre o desejo de bem-estar e a disposição para trabalhar arduamente por ele é outro desafio enfrentado pela Geração Z. Muitos valorizam o home office e a flexibilidade de horários, o que pode ser benéfico em alguns aspectos, mas o aprendizado e o desenvolvimento profissional integral demandam, em muitos casos, a presença física no ambiente de trabalho. A convivência direta com colegas e líderes permite a observação de posturas, comportamentos e reações que são fundamentais para o amadurecimento profissional.
É indispensável que a Geração Z aprenda a tomar decisões de forma independente. O primeiro passo é desestimular o hábito de recorrer aos pais em momentos cruciais, como entrevistas de emprego. O mercado valoriza quem sabe resolver problemas por conta própria, e a independência é uma habilidade que precisa ser desenvolvida desde cedo.
Em vez de buscar resultados rápidos, é essencial que os jovens compreendam que o sucesso profissional é fruto de esforço contínuo e aprendizado. Mentores e líderes podem ser peças-chave nesse processo, oferecendo exemplos reais de que o progresso é construído com perseverança e paciência.
Habilidades como comunicação, inteligência emocional e resolução de problemas são cada vez mais demandadas no ambiente corporativo. Investir no aprimoramento dessas competências é crucial para que se destaquem e tenham sucesso em um mercado de trabalho altamente competitivo.
Embora a tecnologia seja parte inerente da vida dessa geração, o excesso de exposição ao mundo digital pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades práticas e a capacidade de lidar com as demandas do mundo real. Incentivar momentos de desconexão e atividades presenciais pode ajudar a equilibrar expectativas e preparar melhor esses jovens para os desafios profissionais.
A Geração Z, sem dúvida, tem grande potencial para inovar e liderar no mercado de trabalho. Entretanto, precisa entender que o imediatismo não substitui o esforço contínuo, a paciência e a responsabilidade, pilares indispensáveis para a construção de uma carreira sólida e bem-sucedida. O caminho para o sucesso pode ser longo, mas é trilhado com consistência e determinação.
*Thiago Bassetti – CEO da NBS Gestão na Prática