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Djan Hennemann

A matemática do invisível

Para mudar político é preciso mudar eleitor | 06.12.13 - 17:02
 
Goiânia - Após a maior manifestação popular da história brasileira, em junho deste ano, parecia que estaríamos prontos para o início da sonhada maturidade política. Vimos os mais antigos emocionados por enxergar a juventude fazendo tudo aquilo que o inconsciente desejava: os jovens tomando as ruas e engrossando o coro contra todo tipo de descaso, corrupção e manipulação.
 
Os governos se apressaram para responder às demandas elencadas pela sociedade indignada. Em meio a isso tudo, partidos e políticos apavorados, tentavam achar justificativas e promoviam ações paliativas para garantir seus empregos.
 
O brasileiro fez jus à sua fama de “bom de festa”. Depois do carnaval de rua de junho, caímos em uma ressaca profunda e bateu aquela vontade de ficar na cama, dormir e curtir a enfermidade.
 
Os problemas, conhecidos de todos, não foram sanados até agora. Continuamos a ver o mesmo país de antes e permitimos uma nova contaminação. Metaforizando, ao colocar metade do corpo para fora da lama, desistimos e voltamos a nos banhar com os porcos.
 
Não distante disso tudo, fomos surpreendidos pelo julgamento final do caso do mensalão e tivemos mais uma dose homeopática de “justiça divina”. O que seria orgulho para todos os brasileiros, exceto os diretamente ligados ao escândalo, virou novamente politicagem.
 
Não acredito que politizar a justiça para justificar a nossa inércia seja a melhor  alternativa. Diariamente, militantes do PT e seus aliados se manifestam, orquestradamente, sobre prisões políticas, culpa do sistema eleitoral, abuso do poder, perseguição e tantos outros absurdos que todos vimos nos meios de comunicação, em especial na internet.
 
Não sejamos tolos imitando Luiz Inácio. Sim, todos sabemos o que aconteceu. São criminosos que desviavam o nosso dinheiro para manter um esquema de propina, financiamento de campanha e compra de votos com finalidade única de manutenção de poder.
 
Não sejamos ingênuos como Luiz Inácio, como ele tenta nos fazer crer que foi. Também sabemos que isso não é uma “virtude” petista. Os demais partidos políticos também usam e abusam de tais práticas para manter seus cargos e seus benefícios.
 
Metade de nós vive fazendo malabarismo para viver com um salário mínimo. Mais de 40 milhões de alunos da rede pública de ensino precisam ser criativos ao extremo para, no futuro, concorrer com alunos de escolas privadas de excelência, muitas vezes bilingues. Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) demoram até oito vezes mais para o primeiro atendimento quando comparados com clínicas particulares.
 
Ainda penso que as ruas serão tomadas novamente no próximo ano eleitoral, porque demandas não atendidas geram novas insatisfações, cada vez mais fortes. Sei que, depois de aprender o caminho, fica mais fácil voltar. O eleitor, embora deixe guardado, sabe que para mudar o político é ele quem tem que mudar. O próximo pleito está com clima de mudança. Uma mudança quase matemática, visto que a soma de eleições, evento esportivo internacional e frustrações já foi pré-testado.
 
*Djan Hennemann é publicitário e profissional de marketing político.

Comentários

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  • 07.12.2013 08:59 Odair Gomes

    Gostei do texto! Também acho que tem alguma coisa no ar que será resolvida na próxima eleição.

  • 06.12.2013 20:37 João Carlos

    Grande Djan, gostei da análise sobre o zeitgeist no Brasil

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