É ruim para
a Igreja que as principais manchetes em relação à religião tratem de padres pedófilos e que muitos deles ainda se mantenham firmes em suas funções, sem punição. Mas para não deixar esse texto longo,
vamos deixar de lado tantos escândalos que têm abalado as estruturas da Igreja
e vamos nos ater somente a nossa situação atual.
Infelizmente,
sabemos muito bem que a Igreja, corpo vivo de Jesus Cristo, é verdadeira e infalível, mas também sabemos que a hierarquia da Igreja é santa e pecadora!
Não podemos
nos calar e nem esmorecer diante daquilo que julgamos injustiças praticadas
pelos dirigentes da hierarquia da Igreja até porque há nela, também, religiosos
de ilibada idoneidade moral e religiosa e que não têm poder nem voz para
protestar contra esse status-quo reinante no seio da Igreja católica.
Sei bem que
a Igreja não vê com bons olhos a projeção individual de algum religioso na sua
comunidade. O amor dos fiéis ao mesmo e sua popularidade diante da comunidade
incomoda as autoridades e a atitude comumente tomada costuma ser seu
afastamento da população. Mas a quem satisfaz afastar o padre Luiz Augusto dos
milhares de fiéis da Comunidade Atos se ele é um sacerdote que vive em
constante doação ao próximo? Qual é a real missão da Igreja?
Infelizmente
a inveja, os ciúmes, as tramoias de bastidores não são privilégio da sociedade
civil e dos leigos. Ela está presente no seio da Igreja e nos dias atuais, corrói
essa estrutura. Num esclarecimento nada convincente, foi sugerido que o
afastamento do padre se dava para uma “correção de postura”. No entanto, o
tempo se passa, a “postura” foi corrigida e ele ainda continua sendo punido. Se
a Arquidiocese ainda tem algo mais a ser corrigido, chame os fiéis da
Comunidade Atos e corrijam rápido, pois muita gente depende das ações da comunidade até pra comer.
Alguém, por
acaso, se prontificou a ajudar as centenas de famílias carentes do lixão de Aparecida
de Goiânia, cadastradas e ajudadas pela Comunidade Atos? Por que punir milhares
de famílias que se sentem órfãs de seu pai espiritual? Até quando os fiéis da
Comunidade Atos da Arquidiocese de Goiânia continuarão sendo punidos sem as
missas a que assistiam? É direito de todo cidadão católico escolher a sua
paróquia para assistir às santas missas e doar o seu dinheiro. E nós escolhemos
a Comunidade Atos onde pretendemos ficar. Ninguém em sã consciência vai doar
seu dinheiro para financiar apartamentos de luxo ou relógios de ouro ou mesmo
merecidas férias.
Queremos
nosso dinheiro empregado nas obras sociais, nas cestas básicas, nos cobertores
para as famílias carentes. É para essa finalidade que centenas de famílias,
ricas em generosidade e solidariedade, doam seu dinheiro e seu trabalho sob o
comando do Padre Luiz Augusto. Tudo é muito transparente, pois vimos as obras
crescerem e se frutificarem na certeza de um trabalho sério e bem executado.
O povo tem
o direito de pedir, sofrer, clamar. O povo tem o direito de ser ouvido e
principalmente respeitado. O assunto em questão não é um jogo de futebol onde há torcedores e vencedores, no entanto, aqueles que por alguma razão não
simpatizam com a pessoa do padre, se sentem no direito de ofender, agredir
verbalmente e até caluniar aqueles que o admiram e o defendem contra as
maldades dos homens. Estamos sendo tratados como “aquele povo do padre Luiz”, “povinho sem sabedoria”, “as mariolas ricas e mimadas do padreco”. A Igreja deve ser no mínimo imparcial, coerente, justa e sem
divisão. A Igreja precisa crescer na coerência entre o que prega para
fora e o que pratica dentro dela mesmo.
Soraya
Porto Sebba Chater, cirurgiã-dentista
Junto com outros profissionais de saúde, há muito somos voluntários nos programas
sociais de saúde pública da Atos Saúde, tema da atual Campanha da Fraternidade.
Por que dividir se podemos somar?