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Leonardo Rizzo

Ensaio sobre a riqueza

O dinheiro não compra um lugar na História | 07.03.12 - 18:42

Há uma distorção no conceito arraigado de riqueza em Goiás e no Brasil. Nesta linha, milionário seria aquele que acumula bens materiais, dirige carros de luxo importados e rasgam o céu em jatinhos. Isso é importante, mas não é tudo.

Na minha opinião, o verdadeiro milionário também precisa sê-lo em seu espírito. Isso começa a partir do convívio em família. De que adianta o sujeito ser milionário se não tem tempo para a família?

Qual o sentido nisso se não tem tempo? O sociólogo italiano Domenico de Masi explorou a importância do tempo livre como bem mais precioso do ser humano, em sua obra O Ócio Produtivo. Nessa linha, o verdadeiro milionário é aquele que tem tempo.Tempo para pensar, tempo para a família, tempo para si.

O tempo passa. A única certeza da vida é esta. Perder tempo com certos controles, com picuinhas, com fofocas, é uma tolice. Não vale a pena. Tudo que está ai hoje vai perecer. O rico de verdade é o que tem tempo. O rico que não tem tempo para conviver com a família não é rico.

Goiânia produz quatro milionários por mês. Estes “novos milionários” deveriam se conscientizar sobre a responsabilidade que isso significa, principalmente em um país carente de cultura, educação, saúde e cidadania como o nosso.

Onde estão os milionários de Goiás, que nunca fizeram uma doação de um quadro de arte para um museu goiano?

Nos Estados Unidos, há os exemplos do banqueiro Solomon Guggenheim, que ergueu um império cultural para a humanidade com suas doações de obras de arte. Em Portugal, Calouste Gulbenkian deixou em seu legado museus e programas de bolsas de estudo.

No Brasil, a família Matarazzo patrocinou a construção do primeiro grande museu de arte do País, o Masp (Museu de Arte de São Paulo).

Goiânia teve um grande milionário doador, que foi Altamiro Moura Pacheco. Ele doou mil alqueires para a área onde está o Setor Santa Genoveva (nome de sua mãe) até o Parque Ecológico de Goiânia.

O dinheiro não compra um lugar na História. Aquele que doa monumentos à cidade, bens culturais, recursos para a Saúde e Educação públicas, é um convidado da História.

Leonardo Rizzo é empresário

* Artigo publicado em O Popular no dia 5/3


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