
Informação aqui, opinião acolá. Alguém dando seu parecer aqui, outro se vestindo de juiz e determinando alguém culpado acolá e nós entre isso tudo, assimilando, influenciando e se deixando influenciar. No mundo conectado e cibernético que vivemos, dificilmente sabemos se pensamos de uma maneira por nós mesmos ou porque nos deixamos levar pela “onda”.
Tive a estranha e revigorante experiência de ficar desconectada nos últimos dias e pra mim, geek que sou, foi uma experiência um tanto quanto inusitada e libertadora. Ver, ouvir, assimilar e decidir a mínima opinião que seja, sem influência de terceiros. Acompanhar o depoimento de nossos políticos e analisar por si só. Ficar com meus fantasmas e demônios internos e enfrentá-los sozinha, sem a perigosa e boa sensação de deixar escapar qualquer murmuração, ou dar abertura para que outros decidam por mim, foi desesperadamente libertador.
Não ser a primeira a ver a novidade da vez, não atualizar nenhuma rede. Me desligar dos modismos do momento. Não ficar de olho para escolher as tuitadas. Me fechar para o mundo e abrir pra mim. Só eu e eu.
Quando conseguimos nos olhar de fora entendemos o quanto somos influenciáveis. Às vezes somos levados pela opinião de uma pessoa, um veículo de mídia, um programa de TV ou o bafafá geral. Entendemos também o quanto perdemos tempo com coisas que nunca nos levarão a algum lugar, o quão agradecemos de menos e reclamamos de mais. O quanto nos deixamos envolver por pequenas coisas ruins a ponto de sequer percebemos grandes coisas boas que nos cercam.
Reclamar não faz do nosso dia melhor. Xingar não resolve o problema (embora talvez alivie no momento) e esquecer de nós mesmos não faz também com que milagrosamente nos transformemos em outra pessoa, noutra vida.
Desconectada pude constatar que o nosso mal é realmente o excesso. Se o dia se divide em 24 horas e cada hora com seus 60 minutos de 60 segundos, porque haveríamos de nos voltar para uma coisa só, mesmo que essa coisa seja a tão envolvente e múltipla como a internet?
É claro que você continuará com suas reclamações diárias após ler isso e hora ou outra, provavelmente eu também. É claro que ainda se deixará influenciar por opiniões de terceiros na hora de decidir o que acha certo, legal ou justo. É claro que a vida vai continuar a mesma coisa após este. Mas a vida lá fora, vestida unicamente de “vida”, mandou lembranças e eu fiz questão de transmitir o recado.
No mais, de volta ao batente e esta semana tem tuitadas.
Abraços
@Cacau_mila