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Conheça um pouco da história do local | 09.04.21 - 14:39
Foto: Letícia Coqueiro
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Foto: Letícia Coqueiro
Foto: Letícia Coqueiro
Foto: Letícia CoqueiroCarolina Pessoni
Goiânia - Berço do nascimento de Goiânia, o Centro da Capital é recheado de edificações que contam a história da construção e desenvolvimento da cidade. Um dos destaques é a Casa de Altamiro de Moura Pacheco, situada na esquina da Avenida Araguaia com a Rua 15.
Construído nos anos 1940, no estilo eclético, e tombado como bem histórico de Goiânia pela prefeitura e pelo Estado, o sobrado foi doado em testamento por Altamiro de Moura Pacheco para a Academia Goiana de Letras (AGL) em 1993, três anos antes de sua morte. Além do sobrado, foi doado todo o seu acervo pessoal: fotos, medalhas, livros da histórica biblioteca, bens móveis e obras de arte que preservam a história de Goiás, tanto na abrangência da parte arquitetônica e histórica do imóvel quanto ao acervo cultural nele inserido.
"José Mendonça Teles era o presidente da AGL na época e ele conversou com o Altamiro sobre a possibilidade de doação do imóvel para a instituição e ele concordou. Foram tomadas todas as providências jurídicas e ficou acertado que a casa seria doada, com a condição de funcionamento exclusivo para atividades culturais", explica o presidente da AGL, o escritor e pesquisador José Ubirajara Galli.
Casa de Altamiro, nos anos 1940 (Foto: Acervo Elysium Sociedade Cultural)
Para Galli, o sobrado é um dos imóveis que contam a história do núcleo central arquitetônico de Goiânia. "E isso se deve a seu morador e construtor, que foi uma grande personalidade. Ele não constituiu família, mas morou na casa por décadas e sempre incentivou a cultura em nosso Estado, honrou sua trajetória."
O escritor Iuri Godinho foi diretor da casa por quatro anos e, na sua gestão, a transformou em um centro cultural. "Nos tornamos um local de referência para eventos culturais menores no Centro. Realizamos muitos lançamentos de livros, happenings culturais, mostras, palestras", conta.
Iuri diz que o imóvel é um grande patrimônio artístico da cidade. "É interessante porque a casa foi construída com o mesmo material do Palácio das Esmeraldas. Ela conta um pouco da história do Centro e de Goiânia. Por anos foi a principal casa da Avenida Araguaia", explica.
Coordenador das obras de restauro da casa de Altamiro, Wolney Unes explica que a edificação é interessante porque foi construída em um momento de transição, com elementos novos usados na engenharia. "Naquela época, as casas eram construídas de adobe, por exemplo, e as 20 casas construídas pelo governo na Rua 20 eram mais modernas, com tijolo cozido e pintura, por exemplo. Essa foi a primeira casa construída com essas técnicas diferentes por um ente privado. Eram grandes inovações para a época", diz.
Para Wolney, a casa é um testemunho do início da construção da cidade e desta transição para o moderno pela qual Goiânia passava. "Por ela ser tombada pelo município e pelo Estado, ela está protegida historicamente, e o fato dela ter sido doada para a AGL garante sua perenidade. Sem dúvidas é um imóvel que precisa ser conservado."
(Foto: Letícia Coqueiro)
O projeto de restauro, que teve a Engenho Arte Produções como proponente, é realizado com recursos do Fundo de Arte e Cultura de Goiás (FAC) e executado pela Elysium Sociedade Cultural. A restauração, iniciada em setembro de 2020 e já em fase final, buscou retomar o edifício, preservando-o pelo seu significado e para o conhecimento da arquitetura do passado. A edificação necessitava de atenção a seus detalhes construtivos e foi recomendada uma intervenção completa desde os elementos arquitetônicos até suas instalações elétricas, hidrossanitárias e paisagismo.
A cobertura foi a principal área da casa a ser reconstituída. Foram feitas remoções cuidadosas das telhas, lavagem manual, remoção de partes comprometidas do madeiramento, sua recomposição e a recobertura. As paredes da casa passaram por tratamento de fissuras, revestimentos e pintura e o piso de taco foi lixado e impermeabilizado.
As louças esmaltadas e torneiras foram recuperadas e substituídas quando necessário, já as luminárias foram retiradas para limpeza e reconstituídas. Na área externa foi feito reparo na calçada, recuperação do jardim com poda, remoção, limpeza e plantio de plantas ornamentais e criação de iluminação cênica na fachada.
Quem foi Altamiro de Moura Pacheco
Nascido em Bela Vista em 1896, Altamiro Pacheco se formou em Farmácia na cidade de Goiás e depois se formou em Medicina na antiga Faculdade de Medicina Fluminense, em Niterói. Se mudou para Goiânia no final dos anos 30.
Doou grande parte das terras para instituições públicas de Goiânia, como a área destinada para a construção do aeroporto, que se chama Santa Genoveva em homenagem à sua mãe. Foi um dos principais articuladores da fundação da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) e da UFG, tendo sido o responsável por entregar o documento com o pedido de fundação da universidade nas mãos do próprio presidente Juscelino Kubitscheck.
Foi também o responsável pela compra das terras do futuro Distrito Federal. Era o proprietário da área verde de cerca de 3.200 hectares, às margens da BR-060, que se tornou o Parque Ecológico que leva seu nome.
A coluna Joias do Centro tem o apoio da Sim Engenharia