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São Paulo - “Quando você cruza a linha e se levanta é uma experiência fora do corpo. Eu posso me ver como uma criança...meus pais e, de repente”...
Boom, man!!!!
“A realidade volta e o barulho é ensurdecedor, quase te joga para fora do cavalo, é louco”.
153 mil pessoas no Hipódromo de Churchill Downs, em Louisville, Kentucky, 2018.
“Então você flutua daquele momento em diante e, se algo parece tão bom, você não gostaria de fazer de novo?
Mike Smith em sua segunda vitória em Kentucky Derby - 2018 (Foto: Reprodução YouTube)
A fala é do jóquei Mike Smith que, há três anos, com Justify, um puro-sangue inglês, conquistou pela segunda vez o Kentucky Derby, principal prova do turfe norte-americano. O evento é realizado anualmente, sempre no começo de maio, desde 1875. E aqui não há páreo: a competição esportiva mais antiga e contínua da história dos Estados Unidos passa, necessariamente, pela da pista de 2 mil metros de areia do Derby.
Talvez, Louisville já tenha se acostumado a superlativos: nem mesmo a pandemia do novo coronavírus conseguiu paralisar o torneio que, em 2021, completou sua 147ª edição ininterrupta. Em 2020, a prova foi adiada para setembro e realizada sem público. No último mês de maio, com grande parte da população vacinada contra a covid-19, o prado voltou a ter movimentação, porém, bem menor - 51,8 mil pessoas -, e com as restrições sanitárias necessárias. Mas no estilo, ah, nisso, os norte-americanos não economizaram.
Kentucky Derby - 2021 (Foto: Reprodução Facebook)
Reta final
Além de tempo de longevidade, recordes de público, estilos e premiações, o Churchill Downs abriga sob sua estrutura outro título que ninguém consegue tirar: é de lá que podem ser acompanhados “os dois minutos mais emocionantes do esporte”.
Tal alcunha levou a Kentucky Derby a ser retratada no documentário Reta Final, em exibição na plataforma de streaming Netflix: o propósito da série é acompanhar os sete dias anteriores a um grande evento: preparações, angústias, ansiedade e expectativas das pessoas envolvidas.
“A realidade volta e o barulho é ensurdecedor, quase te joga para fora do cavalo, é louco”.
Foi do documentário que retiramos as falas de Mike Smith reproduzidas no início da coluna de hoje.
Mas, além do Derby, há outros "grandes feitos" no mundo da corrida de cavalos: o turfe tem o DNA real, com Ascot, na Inglaterra; e, no Brasil, é justamente um hipódromo que reúne o maior complexo Art Déco em uma mesma área construída, os 600 mil metros quadrados da Cidade Jardim, em São Paulo.
Vista do Restaurante Cena Jockey para a pista da Cidade Jardim (Reprodução)
Aliás, 600 mil metros quadrados, com quatro pistas, capacidade para abrigar 1,4 mil animais, dezenas de obras do escultor Victor Brecheret, que, em breve, voltam a fazer parte da agenda do público, tão logo sejam concluídas as obras de restauro em andamento no Jockey Club. Elas são conduzidas pela Organização Social (OS) Elysium Sociedade Cultural, que já revitalizou o pórtico e o passadiço de acesso às arquibancadas sociais, ao custo de aproximadamente R$ 3 milhões, obtidos via Lei Rouanet.
Jockey Club de São Paulo em reforma (Foto: Elysium Sociedade Cultural)
"Acredito que todas as referências relacionadas à cultura precisam ser presenciais; a experiência sensorial do espaço é insubstituível. É isso que queremos devolver ao público do hipódromo Cidade Jardim assim que a pandemia passar e que terminarmos as obras de restauro", pontua o engenheiro da Elysium, também pesquisador do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Goiás (UFG), Wolney Unes.